25 dezembro, 2007

"Feliz" Natal!



Nine Inch Nails - Something I Can Never Have

22 dezembro, 2007

Injustamente Ignorados II



The Cooper Temple Clause - Blind Pilots

Mais uns que decidiram pendurar as botas em 2007... Deixam-nos 3 álbuns em que no do meio reside a virtude: Kick Up the Fire, and Let the Flames Break Loose mereceu muitas audições e ainda hoje me proporciona imenso prazer. Não consegui encontrar vídeo para Talking to a Brick Wall, a minha música favorita da banda, mas aproveito para dedicar este aos meus co-tralalas...

Injustamente Ignorados I



Hope of the States - Sing It Out

Para mim uma das melhores bandas inglesas dos últimos anos, tiveram "tanto sucesso" que já desistiram. Ficam dois álbuns excelentes: The Lost Riots e Left. Aconselho-vos a descobri-los, até porque certamente não vai haver mais. Alguns dos membros da banda criaram entretanto os Troubles...

21 dezembro, 2007

Letras : Solitary Man (Johnny Cash)


Belinda was mine 'til the time that I found her
Holdin' Jim
And lovin' him

Then Sue came along, loved me strong, that's what I thought
But me and Sue,
That died, too.

Don't know that I will but until I can find me
A girl who'll stay and won't play games behind me
I'll be what I am
A solitary man
A solitary man

I've had it here - being where love's a small word
A part time thing
A paper ring

I know it's been done havin' one girl who loves you
Right or wrong
Weak or strong

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Um homem todo vestido de preto, a cantar esta letra, fez-me lembrar um amigo meu. Feliz Natal, CC!

20 dezembro, 2007

Lista de Natal do Ervi

Um livro amarelo que depois de ler terei todo gosto em emprestar

Um CD original da Wing, de preferência um dos dos AC/DC (sim, há dois diferentes!!!)


Um brinquedo do Jesus Astronauta (este não pode ser em segunda mão e tem de vir selado dentro da caixa)

Um Butt Plug da Paris Hilton, edição especial "Jailbird" (este já pode)

Uma hora com esta senhora, meia, vá lá 3 minutos e despachamos o assunto...

19 dezembro, 2007

My Personal Jesus

Sandokan, Tiger of Mompracem

16 dezembro, 2007

Duas seguidas...


Quem segue de há uns anos (mais de vinte, para dizer a verdade...) a saga XIII, esperava ansiosamente o tomo final, previsto para este Inverno de 2007.

E eis senão quando aparecem dois tomos finais. Os mais cínicos dirão que se tratar de fazer render o peixe, e de explorar os fãs mesmo até ao fim...

Em todo o caso, as boas notícias são que o penúltimo volume (La Version Irlandaise) é desenhado por Moebius - se bem que destoe um pouco numa série que vivia sobretudo (para não dizer exclusivamente - já lá irei) do traço inimitável de William Vance.

O último (Le Dernier Round), já da autoria de Vance, vem no essencial rematar algumas pontas soltas, mas sem os golpes de teatro típicos dos volumes anteriores. E a crítica mais dura tem de ir para a história verdadeiramente pedestre, que começou por ser um interessante e intrigante pastiche do típico enredo do agente secreto amnésico e em busca da sua identidade (pois, podia chamar-se Bourne...), para se arrastar mais ou menos penosamente nesta fase final.

Abundaram os golpes de teatro forçados, as personagens esterotipadas, e se calhar a coisa durou uns quatro ou cinco álbuns a mais (foram 19 no total). Mas valeu a pena, especialmente para quem admira o extraordinário desenhador que é William Vance (se bem que XIII não é, e nunca foi, Bruno Brazil...). Os reaccionários saudosistas (como eu) da BD dos anos 70 encheram o papinho...

Separadas à Nascença ?

Minette Walters, Crime Novelist

Minette Daily, Contortionist

14 dezembro, 2007

Livro : Perfeitos Milagres (Jacinto Lucas Pires)


Por muito que tente evitar ser preconceituoso, confesso que tenho esse tipo de sentimento em relação à maioria dos autores Portugueses (apesar de não chegar aos calcanhares do Ervi). Se somarmos a esses preconceitos, o facto de se ser filho de um político, é perfeitamente natural que se ignore este autor, e se crie institivamente um conjunto de cenários em que a publicação só acontece graças a um certo factor C, e que está a roubar espaço a verdadeiros escritores com baldes de talento e que passam fome à espera de ser publicados. Foi provavelmente por este motivo que até ao passado recente tinha ignorado este Jacinto Lucas Pires. Uma crítica muito positiva na Time Out Lisboa deixou-me no entanto curioso o suficiente para arriscar, e o facto é que não me arrependi.


A escrita do livro iniciou-se em Nova Iorque durante uma residência para escritores, e é mesmo aí que se passa. Seguimos as procuras de três grupos de personagens: uma estrela de rock em fuga após o suicidio inexplicado da sua companheira, um jornalista enviado especial à procura de histórias para um livro que sonha escrever há muito, um grupo de teatro experimental à procura de um novo formato mais adequado aos tempos actuais. As histórias entrecruzam-se, algumas das personagens conhecem-se, e como sempre na vida nem tudo corre bem.


Muito bem escrito (apesar da estranheza de "ouvir" personagens Americanas a utilizarem calão Portugues), ainda melhor estruturado, recomendo vivamente este retrato dos nossos tempos. Não é certamente uma obra-prima, mas Lucas Pires demonstra-se um real repositório de talento, e acredito que no futuro nos dará livros ainda melhores.

O Par Ideal?

Mine, a Cerveja


Minnie, a Rata

13 dezembro, 2007

Livro: Os Alemães em Portugal 1933-1945 (Reinhard Schwarz)



Já tenho este livro há um ano, mas é sabido que tenho um problema com datas.


É uma obra de inegável interesse, que nos descreve a colónia alemã entre 1933 e 1945 através das suas instituições. Gosto especialmente das seguintes passagens:


«O Nacional-Socialismo aspirou a uma mudança radical da sociedade e dos seus valores e, mesmo no estrangeiro, dispunha de nacional-socialistas cultos e entusiásticos em número suficiente para também aí abrir caminho graças à sua inquestionável dinâmica.» (p. 15)


«O objectivo do governo do Reich relativamente à questão judaica era separar os judeus do povo alemão pela sua qualidade de estrangeiros, retirá-los de cargos públicos e de posições influentes e fomentar a sua emigração.» (p. 159)


«Por exemplo, na lista com a epígrafe II, Elementos nefandos - mulheres em cabarés, estabelecimentos pouco sérios e prostitutas, registou vinte e quatro judias que trabalhavam em locais portugueses da capital.» (p. 164)

Aberto

Depois de uma antestreia em família, abriu ontem à generalidade dos internautas o blogue A Santíssima Trindade, consequência de um momento de loucura carnal, comummente adjectivado de orgasmo e/ou ejaculação vegetal.

Quem faz um filho fá-lo por gosto, mesmo quando dos preliminares à fecundação decorre menos de um minuto. Aturar-lhe as birras e dar-lhe uma infância feliz é que já poderá ser uma história diferente. A ver vamos, vejam vocês também.

Almas Gémeas ?

Mini (the) Car, in Black


Minnie (the) Driver, in Black Mini Dress

12 dezembro, 2007

Letras : Get Down Make Love (Freddie Mercury)


Get down make love
Get down make love
Get down make love
Get down make love
You take my body
I give you heat
You say you're hungry
I give you meat
I suck your mind
You blow my head
Make love
Inside your bed - everybody
Get down make love
Get down make love
Get down make love
Get down make love

Ev'rytime I get hot
You wanna cool down
Ev'rytime I get high
You say you wanna come down
You say it's enough
In fact it's too much
Ev'rytime I get a
Get down get down get down
Make love

(Get down) I can squeeze - (make love) you can shake me
(Get down) I can feel - (make love) you can break me
(Get down) Come on so heavy (make love)
(Get down) When you take me (make love)
You make love you make love you make love you make
love
You can make ev'rybody get down make love
Get down make love

Ev'rytime I get high
You wanna come down
Ev'rytime I get hot
You say you wanna cool down
You say it's enough
In fact it's too much
Ev'rytime I wanna get down get down get down

G
et down make love
Get down make love
Get down make love
Get down make love

Ev'rytime I get hot
You wanna cool down
Ev'rytime I get high
You say you wanna come down
You say it's enough
In fact it's too much
Ev'rytime I wanna
Get down get down
Get down make love

11 dezembro, 2007

Livro : Aprender a rezar na Era da Técnica (Gonçalo M. Tavares)


Como a grande maioria dos seus leitores regulares, descobri o Sr. Tavares quando da publicação do muito merecidamente muito premiado Jerusalém. Desde então tenho andado a seguir o seu trabalho para trás e para a frente, mas ainda não consegui ler tudo, dado ser muito prolifero - começou a ser editado em 2001 e actualmente já conta com perto de 20 obras. Apesar de gostar mais de umas coisas e menos de outras, posso afirmar sem qualquer sombra de dúvida que este, é o meu autor Português favorito.


Este é o último volume da tetralogia O Reino, cujos anteriores volumes foram Um homem: Klaus Klump, A máquina de Joseph Walser e o já referido Jerusalém. Pessoalmente é nesta tetralogia que o autor deu o seu melhor (até ao momento), apesar de a colecção O Bairro, também ter alguns volumes muito bons. Mas não se assustem porque podem ler qualquer um dos quatro livros isoladamente porque a continuidade é essencialmente temática (apesar de uma ou outra fugaz aparição de personagens de outros livros).


Contando a história da vida de um certo Lenz Buchmann, um médico de profissão que decide enveredar pela política a dada altura, é a viagem pela psique de um homem frio, calculista e talvez mesmo inumano, bastante representativo de uma certa estirpe de homem actual, normalmente associado a posições de poder. Como já é hábito nesta série de Tavares (ou não fossem estes livros negros), o pessimismo na raça humana é uma constante, e quanto à esperança, esta parece nem sequer chegar a nascer. A escrita continua com o mesmo estilo clássico e fluido dos livros anteriores, e é com uma precisão quase matemática que o autor nos faz por momentos acreditar que a filosofia e a psicologia são ciências exactas.


Tavares fecha assim a sua tetralogia em perfeito crescendo. Mas não pensem que, lá por ser um autor Português, desta vez o livro é fácil de encontrar. Saiu há uns 15 dias, mas desde de Domingo que ando à procura de umas cópias para oferecer sem qualquer sucesso. As 5000 cópias desta 1ª edição foram claramente insuficientes para o êxito que o autor começa a ter...

10 dezembro, 2007

Letras : Running the World (Jarvis Cocker)


Well did you hear, there’s a natural order.
Those most deserving will end up with the most.
That the cream cannot help but always rise up to the top,
Well I say: Shit floats.
If you thought things had changed,
Friend you’d better think again,
Bluntly put in the fewest of words,
Cunts are still running the world,
Cunts are still running the world.

Now the working classes are obsolete,
They are surplus to societies needs,
So let ‘em all kill each other,
And get it made overseas.
That’s the word don’t you know,
From the guys thats running the show,
Lets be perfectly clear boys and girls,
Cunts are still running the world,
Cunts are still running the world.

Oh feed your children on Cray fish and Lobster tails,
Find a school near the top of the league,
In theory I respect your right to exist,
I will kill ya if you move in next to me,
Ah it stinks, it sucks, it’s anthropologically unjust,
But the takings are up by a third, Oh So
Cunts are still running the world,
Cunts are still running the world.

Your free market is perfectly natural,
Or do you think that I’m some kind of dummy,
It’s the ideal way to order the world,
Fuck the morals, does it make any money?
And if you don’t like it? Then leave.
Or use your right to protest on the street,
Yeah, use your rights but don’t imagine that it’s heard, Oh no no,
Cunts are still running the world,
Cunts are still running the world.



Já há muito tempo que tinha decidido que a minha próxima letra favorita seria deste senhor. Estava no entanto indeciso entre esta, o Live Bed Show de Different Class e o Dishes de This is Hardcore. O post do LR sobre o álbum e a cimeira que cá tivemos (e que provavelmente só serviu para complicar a vida dos Lisboetas durante este dias), criaram um daqueles momentos de sincronicidade que me obrigam a agir...

Inicialmente lançado como um single exclusivamente online no verão de 2006, esta música está "escondida" no final do álbum homónimo, 30 minutos após o fim de Quantum Theory. E também foi incluída nos créditos finais do Children of Men do Alfonso Cuarón (muito apropriadamente).

09 dezembro, 2007

Livro: Balada para Sérgio Varella Cid (Joel Costa)


A imagem é merdosa, eu sei. Mas foi a melhorzita que encontrei, e era o que faltava andar a fazer scan de capas para agradar ao Shrek e ao Burrinho...

Sinopse telegráfica: Sérgio Varella Cid era um menino prodígio, pianista de renome mundial aos dez anos de idade, oriundo de uma prestigiada família do Estado Novo. Mas com o passar dos anos, revela outras facetas da sua personalidade: mulherengo, jogador inveterado (e também de renome mundial!), mentiroso compulsivo.

O resto, que não vou contar, é digno de Hollywood, e termina (?) algures no Brasil, nos meandros do tráfico de automóveis roubados. Há quem assegure que Varella Cid foi morto, há quem diga que mudou de cara e de identidade, que anda por aí (como o outro). O facto de a chave do enigma estar nas mãos de Hosmany Ramos, cirurgião plástico brasileiro actualmente a cumprir pena de prisão, só adensa o mistério.

A escrita de Joel Costa tende para o irritante, parece por vezes o Tom Wolfe dos pobrezinhos (sim, é jornalismo ficcionado). Mas a história é tão fascinante que resiste a isso...

Disco: Jarvis - Jarvis


Já foi editado há um ano, eu sei. Mas esteve esgotado durante muito tempo na FNAC do Chiado, e a minha absoluta preguiça impediu-me de o procurar noutros locais.

Mea culpa, que assim perdi meses de deleite... Ou melhor, não é totalmente verdade, porque duas das músicas já conhecíamos na versão de Nancy Sinatra (no disco que lançou em 2004 pela mão de Morrissey), mas o facto é que na voz de Jarvis soam de forma diferente.

Para quem não saiba, o senhor Jarvis Cocker foi durante anos a fio vocalista, compositor e a imagem dos saudosos Pulp. E neste seu disco a solo, distante do pop mais alegre dos Pulp de meados dos anos 90 mas próximo dessa obra-prima blasé e decadente que foi o seu "This Is Hardcore", Jarvis está melhor do que nunca.

O disco é todo bom, mas gostei especialmente de "I Will Kill Again", "Fat Children" e "From Auschwitz to Ipswich". Jarvis avisa (e nosso amigo é): se julgamos estar a salvo nas casas de campo, nos carros com GPS, a beber vinhos seleccionados e com as fotos de família no telemóvel, estamos bem enganados. E bem fodidos, ou a caminho disso.

Separados à Nascença ?

Palpa Tini e Papa Rati

Papa Rati e Palpa Tini

05 dezembro, 2007

Marketing estúpido e racista? Viva os CTT!

Para quem anda alheado destas coisas, os CTT acabam de lançar a primeira rede móvel virtual cá no burgo. No fundo isto quer dizer que é a TMN, mas com nome e tarifário diferente. E que belo nome que foram escolher! Gostava de saber quem foram os idiotas dos criativos de branding que cagaram esta pepita... Parece-me que estão logo à partida a direccionar toda a marca para a ralé, mas posso ser eu que estou a ficar velho. Gostava de saber se alguma pessoa com um pouco de cultura e gosto seria capaz de aderir a esta trampa.

E para juntar à desgraça, a campanha de outdoors só apresenta pessoas de cor. Eu sei que as agências de publicidade insistem com os clientes para a inclusão desta etnia, mas ao utilizá-la exclusivamente numa campanha, ainda por cima nitidamente apontada para um mercado de classe baixa, não estarão a ser um bocadinho racistas?

A cereja no topo do bolo é no entanto uma afirmação que li numa notícia no site da TVI, segundo a qual os CTT desejam tornar-se o quarto maior operador móvel do país. Com tanto jeitinho, até estremeço só de pensar que confio a esta gente a entrega das minhas encomendas...

03 dezembro, 2007

Livro : The Worms Can Carry Me to Heaven (Alan Warner)

Deste Alan Warner só tinha lido até agora o seu primeiro livro Morvern Callar, cuja versão cinematográfica (realizada por Lynne Ramsay), considero uma das melhores adaptações de livros ao cinema, em grande parte devido à fabulosa prestação da Samantha Morton no papel principal. De origem Escocesa este autor é normalmente associado à geração literária de Irvine Welsh, o que a meu ver é um pouco redutor, dado que enquanto Welsh se concentra na vida nos grandes centros urbanos, Warner localiza normalmente os seus livros em meios mais rurais. Foi galardoado praticamente com um prémio por cada um dos seus livros até ao momento e em 2003 foi considerado um dos 20 Best of Young British Novelists pela revista Granta. Grandes credenciais portanto...

The Worms... relata a vida de um tal Manolo Follano, um designer arquitectural de 40 anos com algum sucesso profissional e com ambição reduzida. O livro inicia-se no momento em que lhe é diagnosticada uma doença potencialmente mortal, e segue (em grande parte) de forma não sequencial as memórias dos momentos mais significativos da sua vida (tanto bons como maus). E só pode ser considerado um pequeno milagre o que Warner consegue fazer com a vida de uma pessoa tão perfeitamente normal. Há já algum tempo que nenhum livro me deixava tão agarrado e divertido... A contribuir para tal não está apenas a história, mas sim todos os "truques" de linguagem que o autor utiliza: nunca é revelada a doença, nem a nacionalidade do protagonista, mas são ambas muito fáceis de identificar e o livro está escrito como se se trata-se de um relato na 1ª pessoa na lingua materna da personagem, posteriormente traduzido para Inglês, e traduzindo expressões idiomáticas de forma tão literal que se torna hilariante (The Host, Uncle e Mother of a Whore, são apenas alguns exemplos).

Um livro muito humano e que consegue representar de forma fidedigna aquela dualidade entre a alegria e a tristeza que se verifica na vida de todos nós. Agora vou ter de ir ler os livros do homem que deixei pelo caminho...

02 dezembro, 2007

O nível de educação necessário para entender este blog é:

cash advance

Acho que isto quer dizer que vocês (os nossos leitores habituais) estão de parabéns...

Eu sei que esta posta devia ser da autoria do Ervi, mas ele está muito ocupado a preparar a próxima feira de discos para ligar a estas tretas...

25 novembro, 2007

Fim de Semana em Madrid

Fui passar o fim de semana a Madrid. Tinha uma impressão bastante negativa da cidade por só ter ido lá em trabalho, mas confesso ter vindo de lá muito contente (ou como eles diriam encantado)...

Passei pelo Reina Sofia para ver a exposição da Paula Rego (altamente recomendável), e aproveitei para atirar os olhos à Guernica e a uma data de obras do Picasso, do Dali e do Miró.

Longos passeios a pé pelo Passeo del Prado e pela Gran Via e shopping spree na Calle Preciados e arredores (como sou muito generoso para mim limitei-me a meia dúzia de livritos - o grosso da despesa foi obviamente para as kidas).

Não há como os próprios Espanhóis para reconhecerem a dificuldade que sentem em aprender a língua dos outros...

22 novembro, 2007

Disco : Dionysos - La Mécanique du Coeur


Já por aqui tinha falado destes senhores em referência ao seu disco anterior (Monsters in Love). E se esse foi um dos meus discos preferidos de 2005, este também já o é para 2007. Os Dionysos são originários de Valence na França e já contam com 14 anos de carreira, sendo este o seu 6º álbum de originais. Mathias Malzieu, o líder visionário da banda, é também escritor e se já no álbum anterior figuravam algumas das personagens dos seus livros, aqui foi mais longe sendo o disco a banda sonora do livro com o mesmo título (e que foi lançado umas semanas antes).

Estamos portanto perante um concept album (glup!), esse género tão repudiado após alguns abusos de indulgência efectuados nos anos 80. O disco (e o livro) contam-nos a história de um tal Jack, nascido no final do século 19 em Edimburgo no dia mais frio do mundo, e por esse motivo pocessor de um coração gelado. Uma mecânica que gosta muito de ajudar os outros (a Dr. Madeleine), troca o seu coração defeituoso por um relógio, mas como condicionante, Jack não se pode enervar e ainda menos se apaixonar... Para contar a história o grupo juntou um grupo impressionante de convidados para encarnar algumas das personages: Rossy de Palma, Jean Rochefort, Alain Bashung, Eric Cantona e Olivia Ruiz (a namorada do pequeno Mathias) entre outros.

Musicalmente a coisa raia de tal forma a esquizofrénico que às primeiras audições até é assustador. Sendo essencialmente uma banda de rock, a música que os Dionysos fazem foge cada vez mais para o género "inclassificável". É frequente a mistura de géneros dentro de uma só música que pode começar como Hip-hop, ter uma parte semi-clássica misturada com canção francesa e acabar no punk rock mais despenteado. As influências de dois compositores de cinema únicos - Ennio Morricone e Danny Elfman - fazem com que, mais do que uma banda sonora, algumas das composições pareçam pequenos filmes por si só. E depois a nível ritmico está recheado de pequenos ritmos de relógio e cucos a apitar, o que parece ter sido utilizado como "argamassa" para juntar todos os elementos dispares de que o disco é feito.

Resumindo: um disco extremamente belo que consegue ao mesmo tempo ter uma elevada dose de diversão, e que demonstra de uma vez por todas que os Dionysos ainda são uma banda em evolução, longe de esgotar a sua criatividade, e com probabilidades de continuar a dar-nos excelentes discos no futuro. Infelizmente suspeito que a insularidade a que a música Francesa se sujeita ela própria, fará com que o disco nem sequer passe por estas (e outras) paragens, mesmo apesar de ter trechos cantados em três linguas (Francês, Inglês e Espanhol). Para aguçar a vossa curiosidade, deixo-vos o brilhante clip de Tais-toi mon Coeur. ( 5/5 )





Tais-toi mon coeur - Dionysos
Uploaded by Dionysos

19 novembro, 2007

Disco : Buck 65 - Situation


Buck 65 é um músico bastante atípico. Classificado pelos arquivistas como "Indie Hip-Hop" ou "Alternative Rap", é um MC Canadiano que mistura os beats e o scratching tradicional do género com uma sensibilidade e uma voz bastante mais próximas dos "cantores malditos" (Johnny Cash, Tom Waits, Nick Cave, etc.). De acordo com o meu iPod (que me sussurra ao ouvido), o seu álbum anterior (Secret House Against the Blues) foi um dos discos que mais ouvi nos últimos anos. Não sendo nem uma obra prima, nem sequer um disco próximo de perfeito, apresenta uma variedade e uma imaginação na mistura de tantos estilos musicais, que só poderia mesmo levar a uma escuta muito repetida.

Para este Situation, o autor escolheu uma abordagem mais Old School. Lê / canta os seus textos sobre ritmos inspirados em jazz ou soul clássicos, enquanto descreve o mundo tal como era em 1957, e isto como forma de comprovar como grande parte do que estava errado nessa altura se mantém no presente. A escolha do ano não é uma pura coincidência dado ser o ano de nascimento do movimento Beat, com o qual Buck 65 nitidamente se identifica, e que o leva inclusivamente a parafrasear Allen Ginsberg.

Se o álbum começa muito bem (1957, Dang, Shutter Buggin', Spread 'Em), aí pela sua metade torna-se tão monótono que se torna difícil sequer seguir o que o autor tem para nos dizer, salvando-se apenas uma ou outra faixa (incluindo a melhor do disco: Mr. Nobody) mas chegando a um momento de gosto muito duvidoso ao samplar o concerto de Aranjuez em The Ourskirts. Abandonar a diversidade estilística dos álbuns anteriores e despejar tanta composição sem preocupação de selecção, foram sem dúvida escolhas bastante infelizes, mas mesmo assim o disco tem alguns momentos muito bons que merecem o desvio... ( 3,5 / 5 )

18 novembro, 2007

Bohemian Rhapsody - 25 Most Annoying Voices


Comedian Rick Miller performs Queen's "Bohemian Rhapsody" using the 25 most annoying voices in the music industry.

In order of impersonations:
Bob Dylan
Neil Young
Michael Bolton
Corey Hart
Willie Nelson
Johnny Cash
Jon Bon Jovi
Robbie Robertson
Neil Diamond
Aaron Neville
Dennis DeYoung (Styx)
Barney the Dinosaur
Steven Tyler (Aerosmith)
Any Annoying Lead Guitarist
Meatloaf
Crash Test Dummies
Tom Petty
Beck
The B-52's
Brian Johnson (AC/DC)
James Hetfield (Metallica)
Mick Jagger (Rolling Stones)
Ozzy Osbourne
Julio Iglesiais
Bobby McFerrin
Andrea Bocelli
Axl Rose (Guns N Roses)

We Will Survive


Animem Rapazes! Toca de postarem qualquer coisita! Sobreviveremos a esta crise da gay idade juntinhos! Um em todos e todos em um!

14 novembro, 2007

Separados à Nascença ?


Fabien Barthez, Guarda-Redes da França, Straight


Rob Halford, Vocalista dos Judas Priest, Gay


08 novembro, 2007

Willemina Gibson

My kind of Gibson

07 novembro, 2007

Livro : Spook Country (William Gibson)


Sigo muito afincadamente a produção deste William Gibson. Não li todos os seus livros, mas desde 1988 que não falho um. Não é que isso seja algo de particularmente admirável, dado que desde esse ano só publicou 7 livros. Apesar de ser genericamente considerado um autor de Ficção Cientifica, para mim Gibson é muito mais do que isso. É um excelente observador / critico do mundo em que vive, o que lhe permite imaginar (muitas vezes com tons preditivos) os nossos possíveis futuros. Não é por isso de estranhar que com o passar dos anos se venha a aproximar do presente. Os seus livros vêm normalmente recheados de ideias absolutamente originais, e a sua escrita é também única. Tem a particularidade de escrever de uma forma que, ao início de cada livro, me obriga a fazer um shift ao meu cerebro, como se estivesse a ler uma outra linguagem.

Este Spook Country é uma especie de livro de espionagem, com personagens übercool (como é hábito) e com muita tecnologia de ponta passado nos nossos dias. Gibson aproveita claramente para preencher uma lacuna tecnológica que não tinha anteriormente previsto: o advento da generalização do wireless, e imagina uma nova forma de arte em que a realidade virtual se mistura com a real, através de um visor receptor de sinais GPRS. Também como é habito, Gibson faz-nos seguir várias linhas narrativas paralelas, à procura de pontos comuns, e junta tudo brilhantemente no fim.

Pessoalmente (e em contraponto às criticas que li) achei-o o seu livro mais convencional (no sentido em que se aproxima de um thriller de aeroporto), mas, paradoxalmente é capaz de ser o que tem um final mais satisfatório (normalmente os seus finais tendem a saber a pouco). Para iniciantes recomendo bastante mais o anterior (Pattern Recognition), mas para quem sabe ao que vai, é sem dúvida a não perder...

Reincarnação ?


Thom Yorke, Deprimido

Luís Vaz de Camões, Deprimido

06 novembro, 2007

Algo Se Passa No Reino Da Dinamarca

Aqui há gato. Não é normal este pasquim ter atingido as 30.000 afinfadelas num abrir e fechar de olhos. Pelo menos um de vocês anda metido na coisa (salve seja, se alguma das cônjuges estiver a ler isto asseguro que não é uma coisa dessas). Marosca, de certeza. Não é possível! Isto é pior que um tablóide e mamas volumosas, ao bom estilo da página 3, ainda estou à espera de ver, pois a esperança é a última a morrer. É que tirando as receitas de culinária e uma foto minha, isto não tem nada de interesse. Vão embora, vá. Não sejam mirones. Ala que se faz tarde.

05 novembro, 2007

Disco : The Cult – Born Into This

Para que não haja confusões, aviso já os meus leitores que visto a camisola dos The Cult. E já há tanto tempo que nem vou dizer quanto. O Ian Astbury e o Billy Duffy podiam ir à casa de banho juntos, gravar os sons que por lá faziam, editar um disco, que eu comprava.

Até adoro os álbuns malditos: “The Cult (Black Sheep)” (1994) ou os The Cult em versão grunge e “Beyond Good and Evil” (2001) quando o grupo experimentou o Heavy Metal. É de tal maneira, que poderia fazer uma crítica à LR, isto é, sem ouvir o disco. Não é o caso.

Para os menos atentos, este “Born Into This” poderia ser a sequência lógica do exuberante “Sonic Temple” de 89. Poderia mas não é. O tempo passa, as pessoas amadurecem e, embora as imagens de marca dos Cult estejam todas cá, este é um disco do presente.

E que falta que ele me fazia. Rock puro, rock clássico, rock de qualidade. Sem paneleirices, depressões, electrónica, coreografias ou preocupações com modas passageiras. É música para abanar a pélvis, para carregar no acelerador, para solar na guitarra imaginária, para libertar o stress e para dar prazer. É colírio para os meus ouvidos, do princípio ao fim, dez faixas de regalo roqueiro, sem palha, nem pausas para respirar (6/5)

03 novembro, 2007

Livro : O Vírus da Vida (JP Simões e André Carrilho)


JP Simões é o cantor / compositor responsável por alguns dos projectos mais originais da história recente da música Portuguesa: Belle Chase Hotel, Quinteto Tati, etc. Quanto a André Carrilho é um dos nossos mais conceituados ilustradores, com trabalho publicado internacionalmente (New York Times, Vanity Fair, etc.) e um rol de prémios arrecadados ao longo do tempo. Este pequeno livro reune 10 contos escritos pelo primeiro em 1996, "nas horas de expediente de um emprego idiota" e acompanhados de uma ilustração da autoria do segundo.

Tematicamente próximo da Ficção Cientifica, todos os contos interrogam a importância da tecnologia face à sociedade e ao individuo. A escrita de Simões é fabulosa, poética e bem pensada (como já eram as suas letras), mesmo se por vezes os finais dos contos parecem um pouco apressados. Dá sem dúvida vontade de o ler em projectos de maior fôlego, apesar de aparentemente não estarem nos seus planos. Resumindo: apesar de curto (lê-se em 1/2 hora) é um livro muito simpático e belo.

trust me, I'm a doctor (parte 2)


Acontecimentos recentes, que dispensaria de bom grado, levaram-me a descobrir - ou redescobrir - alguns conceitos: bebedeira, traumatismo, ressaca, enxaqueca, urgências da CUF, tomografia axial computorizada, etc.

Perdido algures nesse fascinante mundo, consegui ainda assim uma extraordinária descoberta, quiçá revolucionária nos anais da Medicina. A enxaqueca é basicamente causada por uma vasodilatação - logo, inventei um método vasoconstritor para aliviar, senão curar, a mesma.
Rapidamente concluí que o método tem outras aplicações. Todos sabemos que o Viagra é um vasodilatador, com o objectivo de resolver a falta daquilo. Mas como resolver o excesso daquilo?
Os meus queridos amigos sabem que, por vezes, a ocasião é pouco propicia para demonstrações de entusiasmo. Na praia, por exemplo - quem aguenta estar horas de barriga para baixo (com risco de apanhar um escaldão nas costas), ou dentro de água? Já para não falar de velórios, funerais, julgamentos, e outras ocasiões funestas, ou de grupos de risco (membros de algumas confissões religiosas ou partidos políticos) aos quais a abstinência devia ser imposta.

Vou pois patentear o meu revolucionário método, a que chamei Pilamine (do grego pila, que significa alegria, e do latim mine, que significa cerveja pequena). Num acesso de generosidade, decidi que os royalties serão divididos pelo Sport Lisboa e Benfica e pela Scuderia Ferrari. Há que zelar pela Humanidade...

02 novembro, 2007

E Tudo o Vinho Levou

Nunca mais bebo álcool, Nunca mais bebo shots, Nunca mais bebo penalties, Nunca mais bebo girafas, Nunca mais bebo absinto, Nunca mais bebo Licor Beirão da garrafa, Nunca mais chupo cocktails em chamas por uma palhinha, Nunca mais bebo álcool, Nunca mais bebo shots, Nunca mais bebo penalties, Nunca mais bebo girafas, Nunca mais bebo absinto, Nunca mais bebo Licor Beirão da garrafa, Nunca mais chupo cocktails em chamas por uma palhinha.

Confissão encomendada pelo LR, que continua de cama a recuperar das maleitas que lhe foram inflingidas, pelas costas, durante uma despedida de solteiro, no fim-de-semana transacto.

01 novembro, 2007

gone with the wine

Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais bebo álcool. Nunca mais...

Concerto : David Fonseca no Convento do Beato


Eu estive lá! E vocês (ditam as probabilidades) não! Este foi o concerto de lançamento do novo álbum (e da nova tournée) e foi um exclusivo Optimus limitado a 500 pessoas. Enfim, é em momentos como este que eu não me arrependo de estar a ser roubado por estes, em vez de ser roubado pelos outros. Devo a minha presença à minha mui querida S. que teve a sorte de acertar na chamada correcta e sacar um convite duplo (não te esqueças de jogar no Euromilhões, Ok?).

Foi um concerto bastante intimista portanto. Não houve grandes surpresas, o rapaz cantou bem e foi bem acompanhado. Nas versões tivemos direito ao já tradicional Song to the Siren do Tim Buckley e pouco mais (uns acordes de Elvis e do Da Da Da dos Trio bastante dispensável a preceder a The 80's). Tal como nos discos, achei os momentos mais baladeiros um pouco secantes, mas a trilogia que iniciou a segunda metade do espectáculo, composta por Our Hearts Will Beat As One (a minha música favorita do álbum anterior), This Raging Light e This Wind, Temptation (as minhas duas favoritas do novo), demonstram bem o melhor do que o moço tem para nos oferecer ao vivo. Em termos de presença, disfarça cada vez melhor a sua timidez (fez-me por vezes lembrar um David Byrne - em menos freak - pela forma como olha para o tecto para evitar a audiência), mandando umas bocas em resposta ao que vai ouvindo do publico.

Imperdoável foi mesmo a repetição de Superstars II a terminar o concerto, suspeito que a pedido da Optimus que já lhe deve estar a piscar o olho para a próxima campanha publicitária. Mas não foi suficiente para estragar um par de horas bem passadas...

31 outubro, 2007

O Prometido É Devido



Aqui há uns posts atrás tinha prometido um entrada com "muitas gajas, muito nuas", mas optei por este teledisco que não consigo deixar de ver. Estou hipnotizado e nada, mas mesmo nada entediado...

A minha primeira vez foi através desta amiga

25 outubro, 2007

TASTiSKANK



Estava eu na minha ronda matutina dos blogs amigos quando descubro esta pérola postada pela Catarina Morgado no seu cantinho. Excusado seria dizer que ganhei logo o dia.
As patinadoras são um duo de comédia e estrelas da Broadway: Sarah Litzsinger and Kate Reinders. Mais informação sobre as TASTiSKANK aqui.

24 outubro, 2007

Posta Duzentos

Bruninho: Já sei que achas estas comemorações pimba e que a tua modéstia te impede de fazeres estes posts de auto-promoção vergonhosos. Não te preocupes, é para isso mesmo que eu estou aqui, para quando é preciso arregaçar as mangas e meter lá a mão dentro para ver com quantos posts de dilatação é que a coisa está.

Contar posts é diferente de contar hits. Deus sabe as noites que passámos em branco a carregar no F5. Mas se descontares os do LR, os posts são criação, são arte, são morcelas de nós, são fruto de amor à camisola e trabalho (no teu caso) e de um talento nato avassalador (no meu). Como tal, não é tristeza nenhuma assinalar as 200 postas do CC. Em especial se levarmos em linha de conta que te aguentaste sozinho durante quase três anos, até parecias um homenzinho!

Por isso os meus parabéns vão para ti! E a coisa mais bonita que me ocorre dizer é: nunca nenhum homem tinha esperado tanto tempo por mim, muito obrigado.

Portugal Na Vanguarda da Investigação Genética

A verdade é que nós aqui no CC já há uma catrefada de anos que conhecemos um "Frango tipo Leitão". Interrogo-me se este nosso amigo dos peitos não terá servido de cobaia, de Adão e Eva em simultâneo, para fundar esta nova espécie. Viva o Leitango, viva o Freitão!

Obrigado à MHC pelo forward, presumo que não foi com segundas intenções, daquelas do estilo "O Leitão serve-se frio", ahaha