28 dezembro, 2009

Filme : Àgora


O novo filme de Alejandro Amenábar (um dos 3 realizadores espanhóis de quem não perco um filme - em conjunto com o inevitável Almodóvar e o praticamente ignorado Júlio Medem) volta a mudar de género com que a provar que, sim, ele é mesmo seguidor do Kubrick. Depois do thriller, da ficção cientifica, do terror e do drama, temos agora direito a um fresco histórico, passado em Alexandria por volta do ano 400. Mas estamos felizmente muito longe de estar perante mais um peplum ou de um filme bíblico, porque Àgora troca as emoções fáceis pela vontade de pensar e ver o mundo com olhos frescos.

O filme conta-nos a história de Hypatia de Alexandria, primeira mulher filósofa e matemática, educada pelo seu pai Theon, e um claro símbolo da mulher moderna que olha o homem nos olhos como seu igual. E passa-se num momento único no tempo, em que se iniciaram as querelas religiosas que subsistem nos dias de hoje, e que levaram ao fim do paganismo e do classicismo enquanto corrente filosófica.

Amenábar faz escolhas muito inteligentes, começando pela escolha de Rachel Weisz, perfeita para o papel principal, e fazendo a cidade de Alexandria (e a sua lendária biblioteca) parecer pequena, face à noção de urbanismo dos nossos dias (e teria mesmo de ser assim). Com esta opção, consegue tornar o filme mais próximo de uma peça de teatro (em vez de nos afogar o cérebro em CGI), e faz-nos prestar realmente atenção e sentir o que se diz. O resultado é um dos melhores filmes que vi nos últimos anos, e que me deixou colado à cadeira após ter terminado. Definitivamente a não perder...

03 dezembro, 2009

Disco : The Twilight Sad - Forget the Night Ahead


Como já devem estar acostumados (ou talvez nem tanto, dada a preguicite que por aqui aparenta imperar), venho mais uma vez dizer que não consigo parar de ouvir este disco. As primeiras audições não me cativaram por aí além, mas com alguma insistência a coisa entrou para ficar... Mais uma vez (faço aqui referência ao que disse sobre o primeiro disco da banda Fourteen Autumns & Fifteen Winters) o disco está a passar completamente ao lado de toda a gente, e isso é uma injustiça enorme até porque figura claramente para mim entre os meus discos do ano.