29 setembro, 2007

Disco : PJ Harvey - White Chalk


Tal como as folhas das àrvores, os artistas musicais de que gosto têm para mim dois tipos: os caducos e os perenes. No primeiro grupo incluo todos os artistas dos quais posso ter gostado (em alguns casos fervorosamente) mas que ou acabaram (por morte ou cansaço) ou perderam a criatividade. Na realidade são muito poucos os artistas que considero terem ultrapassado a barreira dos 3 discos mesmo mesmo bons. Os perenes contam-se pelos dedos das mãos e mesmo quando fazem trabalhos menos bons, conseguem manter uma certa consistência. No fundo são aqueles artistas que fazem sempre aquilo que querem, e que se estão completamente marimbando para o que a crítica ou a moda possam dizer deles. Isto tudo para dizer que com este 7º disco, acho que a PJ entra definitivamente para este segundo grupo.

Em White Chalk, a PJ quebrou todas as expectativas que toda a gente poderia ter sobre a música dela. Pôs de parte a guitarra e o baixo e começou a aprender piano. Trocou o estilo vocal agressivo, por um novo mais próximo de um sussurro, o que a torna em alguns trechos quase irreconhecível. A minha primeira reacção foi de completa estranheza: como se nunca tivesse ouvido esta PJ e com dúvidas se a quereria ouvir... Mas as audições repetidas puseram em evidência a extrema beleza das composições. Reparem que não é propriamente um disco fácil: o tom é árido e melancólico, não se encontra um só gota de esperança ou alegria, no fundo um sério candidato à lista dos discos mais deprimentes de sempre (obviamente encabeçada pelo Berlin do perene Lou Reed).

Este disco é acima de tudo uma demonstração de coragem! A coragem de se estar a lixar para o que o mercado ou os fãs possam querer, e de fazer aquilo que apetece. Nos nossos dias isto é muito raro e vem plenamente justificar o entusiasmo que senti (e tentei transmitir sem grande sucesso) quando da descoberta do Dry em 1992. Pode nem ser o meu disco favorito da autora, mas é sem sombra de dúvida um grande disco. ( 4,5 / 5 )

27 setembro, 2007

a angústia dos Veloso no momento do penalty


Tal pai, tal filho...

Nossa Senhora de Fátima

Haveis finalmente visto a Luz, ó incréus?

25 setembro, 2007

Celestial Vanity

You're so vain, you probably think this post is about you
You're so vain, I'll bet you think this post is about you
Don't you? don't you?

Livro : L'Égoïste Romantique (Frédéric Beigbeder)


Beigbeder é um menino rico que começou na publicidade e que, de há uns anos para cá, se tem dedicado a escrever livros. Apesar de ser absolutamente odiado pela crítica francesa (acusam-no de ser uma cópia intencional do Brett Easton Ellis), tem um sucesso comercial assinalável, o que lhe granjeou fama suficiente para ter a sua própria emissão televisiva no Canal +. Não sei muito bem porquê, persisto em ler os livros dele...

A contracapa deste reza assim (normalmente as contracapas dos livros franceses não dizem nada sobre o livro, mas este é a excepção): "Esta história começa no ano 2000. Oscar Dufresne tem 34 anos. É um escritor fictício, assim como há doentes imaginários. Publica o seu diário na imprensa para que a sua vida se torne apaixonante. Ele é egoísta, cobarde, cínico e obcecado sexual - no fundo um homem como os outros.". Mas no fundo este tal Dufresne é apenas uma versão ligeiramente romanceada do próprio Beigbeder (ou do seu enorme ego), que acompanhamos durante cerca de 2 anos, enquanto percorre o mundo dos ricos e famosos a observar (e relatar) a clubização do mundo (a clubização é o que vem a seguir à globalização). Permanentemente em crise de meia idade (provavelmente já nasceu assim), Dufresne / Beigbeder não consegue alcançar a felicidade nem em casal, nem a acasalar.

O livro é bastante episódico, dado ter uma entrada para cada dia (um pouco como um blog), e que muitas vezes se resume a uma frase.

Estas entradas tanto podem ser do mais baixo nível possível:

"Sabem qual é a diferença entre uma mulher com o período e um terrorista? É que com o terrorista pode-se negociar."

Como serem pequenas pérolas de verdade existenciais (à La Palice):

"Procuro razões para me queixar, mas não as encontro. O que me fornece uma."

"Aprendemos com os nossos erros; é por isso que o sucesso nos torna idiotas."

Ou ainda ficarem algures no meio:

"Há uma justiça: as mulheres vêm-se com mais intensidade do que nós, mas mais raramente."

"Pénélope tem um telefone que vibra. Digo-me que seria uma boa ideia oferecer-lhe um vibrador que toque."

Apesar de ter terminado o livro com algum sentimento de vazio (no máximo pode-se entre ler uma crítica à fama), confesso que me diverti imenso. O cinismo absoluto, a cultura (é um rapaz nitidamente muito lido) e a patetice constante tornaram-me a personagem bastante simpática. Alguns rasgos de inspiração fazem-me continuar a acreditar que um dia Beigbeder há-de escrever um livro verdadeiramente bom, mas ainda não foi desta.

24 setembro, 2007

... e mais Onze












Por aqui não há imagens inventadas, nem photoshopadas, nem implantes, nem botox... A minha lista original tinha cerca de 19 nomes, mas tive que fazer um downsize... Pelo caminho ficou a Tori (que já não me amusa há bastante tempo) e que seria o único ponto em comum com a lista do Ervi...

Pimponeta Presents Alloy Mental


Pimponeta Productions apresenta o concerto dos "Alloy Mental" que vai ter lugar no Music Box no dia 30 de Novembro de 2007 pelas 22 horas. Be there or beware!


23 setembro, 2007

20.000 Léguas Subversivas


Acho que não se deve deixar passar em claro o facto de este berloque ter ultrapassado a barreira dos vinte mil acessos. Eu pelo menos estou para aqui a celebrar. A auto-promoção, uma invenção, como tantas, do Novo Mundo é, estranhamente, bem vista neste início de Milénio, pelo que eu vou aproveitar a ocasião:

Versão A: Faço tudo sozinho, carrego este blogue às costas. O Director não posta há 15 dias e o Pato das Gotas há uma semana, será preciso dizer mais?

Versão B: O Bruno é que tem o mérito todo. Os parabéns devem-lhe ser endereçados em exclusivo. Uma vénia para si, Chefe! Você Domina!(vamos ter subsídio de Natal este ano?)

Versão C: O LR é preguiçoso. Em circunstâncias especiais pode ser uma qualidade. Não é o caso.

Versão D: Este blogue é muito bom, é mesmo bom, é o maior, é sempre a abrir, etc.

O Onze Ideal












As Musas que me encantam e os meus males espantam. Tiram-me dores, curam-me de amores, enchem-me de ilusões, afagam-me emoções. Conheço uma, já só faltam dez...

21 setembro, 2007

Renault McCann


O Novo Renault McCann. Tão espaçoso que nem vai dar pelos seus filhos atrás.

Obrigado à MHC pelo forward!

20 setembro, 2007

Bolas Para o Stress

Clique-me no mamilo direito para ver como encomendar

18 setembro, 2007

Letras : Some Girls Are Bigger Than Others (The Smiths)


From the ice-age to the dole-age
There is but one concern
I have just discovered :

Some girls are bigger than others
Some girls are bigger than others
Some girls mothers are bigger than
Other girls mothers

Some girls are bigger than others
Some girls are bigger than others
Some girls mothers are bigger than
Other girls mothers

As anthony said to cleopatra
As he opened a crate of ale :
Oh, I say :

Some girls are bigger than others
Some girls are bigger than others
Some girls mothers are bigger than
Other girls mothers

Some girls are bigger than others
Some girls are bigger than others
Some girls mothers are bigger than
Other girls mothers

Send me the pillow ...
The one that you dream on ...
Send me the pillow ...
The one that you dream on ...
And Ill send you mine

The Smiths
The Queen Is Dead
1986

Agora é suposto explicar, certo? Mas explicar o quê? Esta letra fala da única coisa que verdadeiramente interessa...

16 setembro, 2007

trust me, I'm a doctor



Não encontrei fotos do Dr. Josef Mengele...

15 setembro, 2007

Letras : H.W.C. (Liz Phair)




Give it to me, don't give it away
Don't think about what the others say
My skins getting clear, my hairs so bright
All you do is fuck me every day and night

You're my secret beauty routine
Na, na, na, na, what my body has seen
I am lookin' good and I'm feeling nice
Baby you're the best magazine advice

Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum

I
'm gonna pull you back down between the sheets
Everything is fresher when the day is sweet
In the morning light when you're already on the phone

F
ace it, one of these days
Without you I'm just another Dorian Gray
It's the fountain of youth
It's the meaning of life
So hot, so sweet, so wet my appetite

Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum

Face it, one of these days
Without you I'm just another Dorian Gray
It's the fountain of youth
It's the meaning of life
Baby you're the best magazine advice

Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Gimme your hot white cum
Your hot white cum



Liz Phair
S/T
2003



Perversamente inspirado pelo BT, decidi começar a postar algumas das minhas letras favoritas. No assunto que temos entre mãos são elas o “H”, o “W” e, em especial, o “C”.


A ideia de completar a coisa com algumas notas pessoais é daquelas que o Editor em Chefe se vai arrepender em breve e, como bónus, que vai penalizar o LR, o Preguiçoso em Chefe. É uma excelente ideia, portanto.

Para além disto, prometo escolher letras que a maioria das pessoas ache de tremendo bom gosto, salgadas e quentinhas (como esta), pois dizerem-me que “I’m a Weirdo” ou que “I Hate Myself and I Wanna Die” não mexe lá muito comigo...


O que mexe comigo é alguém gritar “Hot White Cum!!” como quem grita “Timber!!” e é ver-me, felino e ágil, a fugir da Zona de Impacto.

Dito isto, era inevitável começar pela Liz Phair, porque provavelmente ela é a minha poetisa preferida, logo a seguir à Débora Fontana...

PS: Querida M., prometo-te passar esta canção quando estiver DJ'ing na nossa festa de Setembro próximo.


13 setembro, 2007

Livro: Carmen (Ruy Castro)

Carmen é Miranda, claro. Nascida em Portugal, mas desde muito pequena no Rio de Janeiro. O início da história leva-nos ao Rio do início do século, a uma comunidade de emigrantes portugueses chamados Manoel e donos de padarias, ou seja tirados directamente das piadas brasileiras...

E no entanto os Manoeis estão ligados ao nascimento do que de mais genuíno tem o Rio: o Flamengo, a música popular... e o Zé Carioca (sim, espantosamente ele existiu, e vem falado no livro).

Depois? Depois veio a Broadway e Hollywood - e para quem, como eu, gosta de velhos musicais em Technicolor, só as fotografias valeriam a pena a compra.

No meio de tudo isto, e no fim, está uma vida muito solitária e dramática. Grande biografia esta, e grande biógrado (e pesquisador, e entrevistador...) que é Ruy Castro. Imperdível.

12 setembro, 2007

não sou o autor, mas tinha de postar...

DIÁRIO DELA:

Ele ficou esquisito a partir de sábado à noite. Tínhamos combinado encontrarmo-nos num bar para beber um copo antes de jantar.

Andei às compras a tarde toda com as amigas e pensei que o seu comportamento se devesse ao meu atraso de vinte minutos. Mas não. Nem sequer fez qualquer comentário, como lhe é habitual.

A conversa e o sítio não estavam muito animados, por isso propus irmos a um lugar mais íntimo para podermos conversar mais tranquilamente. Fomos a um restaurante caro e elegante. A comida estava excelente e o vinho era de reserva.

Quando veio a conta, ele nem refilou e continuava a portar-se de forma bastante estranha. Como se estivesse ausente. Tentei rodar os assuntos para fazer com que se animasse mas em vão.

Comecei a pensar se seria culpa minha ou outra coisa qualquer. Quando lhe perguntei, disse apenas que não tinha nada a ver comigo. Mas não me deixou convencida.

No caminho para casa, já no carro, disse-lhe que o amava. Ele limitou-se a passar o braço por cima dos meus ombros, de forma paternal e sem me contestar. Não sei como explicar a sua atitude, porque não disse que me queria como faz habitualmente. Simplesmente não disse nada.

Começo a ficar cada vez mais preocupada. Chegámos por fim a casa e, nesse preciso momento, pensei que ele me queria deixar. Tentei fazer com que falasse sobre o assunto mas ele ligou a televisão e ficou a olhá-la com um ar distante, como que a fazer-me ver que tudo tinha terminado entre nós.

O silêncio cortado pelo filme era sufocante. Por fim, desisti e disse-lhe que ia para a cama. Mais ou menos dez minutos depois, ele entra no quarto e deita-se a meu lado. Para enorme surpresa minha, correspondeu aos meus beijos e carícias e acabámos por fazer amor.

Não foi tão intenso como normal mas ele pareceu gostar. Apesar de continuar com aquele ar distraído que tanto me aflige. Depois, ainda deitada na cama, resolvi que queria enfrentar a situação e falar com ele o quanto antes. Mas ele já tinha adormecido.

Comecei a chorar e continuei a fazê-lo pela noite dentro, até adormecer quase de manhã. Estou desesperada, já não sei o que fazer. Estou praticamente convencida que os seus pensamentos estão com outra. A minha vida é um autêntico desastre!

DIÁRIO DELE:

O Benfica perdeu. Pelo menos dei uma queca...

Um Lugar Comum


É recorrer às minorias para fazer humor fácil

10 setembro, 2007

Livro : Hospital (Toby Litt)


Tal como Jonathan Lethem de quem falava há pouco tempo, este Toby Litt é outro dos autores que tento ler regularmente, dada a facilidade mais que demonstrada na mudança de género. Para não me repetir, não vou desatar a falar durante 30 linhas sobre os livros que escreveu antes, porque essa informação está toda disponível para os curiosos no site oficial do autor. Digo-vos apenas que é um moço Inglês, com a minha idade, e que demonstra uma enorme facilidade em mudar de género, o que parece ser uma condicionante para o meu favoritismo...

Este Hospital é uma grande sátira aos tempos modernos. Iniciando de uma forma muito próxima das tradicionais soaps hospitalares (pacientes em coma, jovens enfermeiras apaixonadas pelo cirurgião de topo, junkies a tentarem infiltrar o local para obtenção de drogas, etc.), muito cedo nos dá a perceber que não se passam coisas nada católicas lá dentro. Digamos que uma missa negra (com sacrificio de recém-nascido) protagonizada pelo chefe máximo do hospital é apenas uma das coisas estranhas que se está a passar no Hospital quando à meia-noite em ponto se dá uma quebra no abastecimento da corrente electrica. Quando o gerador de emergência arranca o Hospital está rodeado por um nevoeiro que o torna completamente isolado, e os pacientes começam a ficar curados milagrosamente.

Litt leva esta ideia de base meia ridicula até às últimas consequências, com um humor extremamente negro e com a capacidade de nos surpreender a cada página. Existe um número infindável de personagens, mas a estrutura narrativa do livro (que salta maniacamente de um lado para o outro a cada página), faz com que seja fácil de as assimilar. Deliciei-me verdadeiramente com este livro, mas confesso que não é propriamente fácil para almas mais sensíveis, dado o grafismo de algumas cenas de sexo e violência...

Chanfana Com Chouriço

Museu Arqueológico Nacional (Nápoles, Itália)

Para os muitos que perderam a receita e me contactaram desesperados por e-mail aqui está ela!

09 setembro, 2007

Disco : Beirut - The Flying Club Cup

Dizia eu em Junho de 2006 sobre o álbum anterior dos Beirut (Gulag Orkestar): "...é sobretudo um excelente início de uma carreira de alguém estupidamente talentoso e que espero que venha a dar muito que falar...". Este segundo álbum da banda dirigida por Zach Condon parece vir confirmar as minhas palavras da forma mais absoluta, de tal forma que me interrogo se não perceberei mesmo qualquer coisa disto...

Se no disco anterior o ênfase musical recaía sobre os Balcãs, neste a banda vira-se para a França. É por lá que Condon vive actualmente, e confessa ter sido bastante influenciado por Jacques Brel (que por acaso era Belga, mas não vamos por aí). Mas esta influência não é registável por decalque, mas sim por absorção. A sonoridade única definida pelo primeiro disco mantém-se (aquela fanfarra entre o México e os Países de Leste continua quase omnipresente) sendo acrescentadas novas camadas instrumentais, com o acordeão, o xilofone e o inevitável piano em claro destaque.

Com este disco denota-se uma tremenda evolução no trabalho de Condon, tanto no enriquecimento da composição como ao nível vocal, e esta é música verdadeiramente de todo o mundo (e logo de nenhuma parte)... A não perder ( 4,5 / 5 )

08 setembro, 2007

Letras : Harry's Circumcision (Lou Reed)


Looking in the mirror Harry didn't like what he saw
The cheeks of his mother the eyes of his father
As each day crashed around him the future stood revealed
He was turning into his parents
The final disappointment
Stepping out of the shower Harry stared at himself
His hairline receding the slight overbite
He picked up the razor to begin his shaving
and thought oh I wish I was different
I wish I was stronger I wish I was thinner
I wish I didn't have this nose
These ears that stick out remind me of my father
and I don't want to be reminded at all
The final disappointment
Harry looked into the mirror thinking of Vincent Van Gogh
and with a quick swipe lopped off his nose
And happy with that he made a slice where his chin was
He's always wanted a dimple
The end of all illusion
Then peering down straight between his legs
Harry thought of the range of possibilities
A new face a new life no memories of the past
and slit his throat from ear to ear
Harry woke up with a cough the stitches made him wince
A doctor smiled at him from somewhere across the room
Son we saved your life but you'll never look the same
And when he heard that, Harry had to laugh
Although it hurt Harry had to laugh
The final disappointment

Lou Reed
Magic and Loss

1992




Nefastamente influenciado pelo Ervi e pelo LR, decidi começar a postar algumas das minhas letras favoritas. No entanto eu terminarei cada uma com algumas observações pessoais (que é para estragar tudo). Para além disso também devo escolher letras que a maior parte das pessoas podem achar de tremendo mau gosto (como esta), mas dizerem-me que o sol brilha e os pássaros cantam não mexe lá muito comigo...

Era inevitável começar com o Lou Reed, porque provavelmente ele é o meu poeta preferido. Tendo em linha de conta que eu normalmente não consigo entender a generalidade da poesia, não sei se isso será muito abonatório a favor dele. O facto é que percebo perfeitamente o que ele nos quer dizer, o que também é capaz de não ser lá muito abonatório a meu favor, dado em alguns casos ele não ser propriamente subtil... A discografia do homem dava para eu lançar postas durante um ano, mas prometo que da próxima vez escolherei uma letra de outra pessoa (mas não necessariamente mais agradável)...

O Chefe Fez Anos


E houve festa ontem...

07 setembro, 2007

O Chefe Faz Anos


Parabéns ao Cowboy
Nesta data perdida
Muitas fellatiodades
Muitos ânus na vida

Hoje é dia de sesta
Batem as nossas palmas (ver LR)
Para o pepino Bruno
Uma salva de almas


06 setembro, 2007

Frida

O que teria sido, ou como teria sido, no CCB?

05 setembro, 2007

Livros : On Chesil Beach (Ian McEwan)

Depois do sublime "Atonement", Ian McEwan continua a maravilhar-me e deprimir-me em doses iguais (não gostava tanto, e não ficava tão down, desde "A Ordem Natural da Coisas" e "A Morte de Carlos Gardel" do nosso Lobo Antunes). McEwan consegue como ninguém cristalizar aqueles momentos em que uma acção, ou omissão, mudam uma vida por completo - e nos deixam a pensar o que teria sido, ou como teria sido, se...

Obrigado, lil'sister. Grande livro, que dá novo significado à expressão "too much, too soon..."

04 setembro, 2007

Os Três da Vidairada


Cócó, Ranheta e Facada - Blog Administrateurs


Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre o BHL em 50 Palavras ou Menos

Arielle Dombasle, talentos múltiplos, mulher nº 3

Tagline: God Is Dead But My Hair Is Perfect

Filósofo, Jornalista, Escritor, Vaidoso, Narcisista, Homem de Negócios, Francês, 3 mulheres oficiais, 59 anos e 16 livros publicados (as boas notícias é que já só temos de levar com mais 14 postas do LR sobre o assunto)


03 setembro, 2007

BD : Persepolis (Marjane Satrapi)


Por vezes, mesmo perante críticas totalmente positivas e absolutamente unânimes, há livros para os quais sinto alguma resistência à compra. Confesso que nunca li o Maus do Art Spiegelman (que é aproximadamente considerada a melhor BD dos tempos modernos), apesar de o ter namorado várias vezes nas livrarias. Penso que a razão principal será o facto de achar o desenho muito simples, repetitivo e pouco apelativo. Este Persepolis ia seguindo o mesmo caminho, mas recentemente, ao cruzar-me com uma edição completa em dois volumes não consegui resistir.

O livro é a auto-biografia da sua autora, desde a sua infância no Irão (de onde é natural) até ao momento em que abandona definitivamente o seu país para se instalar em França (onde ainda hoje reside e onde publicou originalmente esta obra). Pelo caminho assistimos a episódios agridoces que acompanham a história recente do país, desde a Revolução Islâmica até à guerra com o Iraque e que demonstram claramente que a visão actual de grande parte do mundo (que os Iranianos são todos extremistas e terroristas) é completamente desfasada da realidade. O ênfase recaí no entanto na condição de Satrapi de mulher entre as culturas Islâmica e Europeia, e nos problemas que tal lhe acarreta na vivência do mundo que a rodeia.

O que me deixou absolutamente siderado, é a forma como a autora consegue transmitir as suas ideias e emoções, de forma leve mas ao mesmo tempo profunda e muito longe do melodrama que a sua vida poderia dar. Demonstra uma força e uma vontade de viver perante a adversidade que me deixa coberto de vergonha por aquilo que considero problemas no meu dia a dia. Vejo-me portanto obrigado a concordar com o resto do mundo (apesar dos 3 ou 4 anos de atraso) e dizer que tive o prazer de ler uma obra-prima que considero obrigatória para qualquer fã de BD para gente com cérebro...