04 maio, 2009

Fim de Semana no Porto (com concerto pelo meio)


Continuando na base do vá-para-fora-cá-dentro, este fim de semana prolongado rumei à cidade do Porto onde já não ia (em lazer) há uns 8 anos. Fui experimentar o Eurostars da Artes (por sinal bastante bom, mas infelizmente cheguei à conclusão que a diferença de 5 para 4 estrelas é muito maior do que de 4 para 3), que fica mesmo no meio daquilo a que agora se parece chamar a "zona alternativa" da cidade, e que se centra à volta da Rua Miguel Bombarda.

Nesta rua relativamente pequena (e espaço circundante) temos direito a uma enorme concentração de boas galerias de arte, algumas lojas bastantes simpáticas e recheadas de coisas muito originais (algumas até demais), e com um pequeno centro comercial bastante agradável (CCB - Centro Comercial Bombarda), mesmo descontando alguma tendência newageish. Também por lá se encontra um restaurante Japonês recomendável - o Itamae - que não sendo brilhante em termos culinários (o Sashimi estava um pouco frio demais e o Sushi adocicado), tem um ambiente e uma decoração que compensam largamente.

As casas do bairro são antigas e algumas estão degradadas, mas não há nada como um pouco de arte urbana para mudar o ambiente, como podem comprovar pelos exemplos acima...

Mas o motivo principal que me levou à cidade, foi o concerto que a PJ Harvey e o John Parish deram na Casa da Música. Limitando o alinhamento aos dois álbuns que fizeram em conjunto, é lógico que tem pouco a ver com um concerto da PJ em nome próprio, e a própria escolha da sala (com a tão polémica pequena lotação) não deve ter sido alheia a esse facto. E que bem que lá couberam. Tivemos uma PJ descalça e a mudar brilhantemente de personagem e de registo vocal praticamente a cada tema, bem acompanhada pelo JP e restantes comparsas. Pontos altos para mim corresponderam previsivelmente às minhas faixas favoritas do último álbum: a faixa título, Pig Will Not e Cracks in the Canvas. Quanto à Casa da Música propriamente dita (foi a minha primeira visita), confesso que fiquei mais impressionado com a mistura de todos os tipos de música num só espaço, do que com a arquitectura labiríntica.

Para terminar o passeio, ainda fiz uma visita (obrigatória) à Fundação de Serralves, cujo ponto alto foi a exposição de fotografia de Guy Tillim. São cerca 60 fotos de edifícios de arquitectura modernista (e colonialista) que se encontram em países da África Central (Congo, Moçambique e Angola principalmente), e que demonstram por um lado a redundância actual da sua construção, e por outro o efeito que as guerras e a natureza têm tido sobre os mesmos.

Não quero terminar sem uma referência especial à simpatia genuína, e por vezes mesmo desarmante, com que fui atendido em quase todos os sítios. Desde o recepcionista do hotel, até ao rapaz do bengaleiro de Serralves, senti que as pessoas estavam mesmo interessadas em dar o seu melhor. Era bom poder dizer o mesmo de Lisboa...

2 comentários:

Ervi Mendel disse...

Que grande morcão que tu me saíste...

Angelblue disse...

Aahh que excelente Fim de Semana ;) e tens toda a razão Bruno, tanto na Casa da Musica como em Serralves as pessoas recebem muito bem sem aquele ar de frete, já tive actuações em ambos os espaços varias vezes e somos sempre recebidos como se fosse a primeira vez :)) Quanto ao concerto, não sei qual foi o auditório, gosto de todos, mas para ver PJ Harvey, até empoleirada numa árvore LOL adorava ter ido, gosto muito da sonoridade e performance :))

Beijinho Grande