Joe Stretch é um jovem de 26 anos originário de Manchester que, tendo iniciado uma carreira musical com os Performance, se estreou este ano na literatura, com este primeiro livro de uma suposta trilogia. Teve como mestre um tal de Martin Amis (ainda segue o curso de escrita criativa por ele leccionado na Universidade de Manchester) e nota-se. Mas se o estilo e o ritmo da escrita fazem lembrar o Amis de principio de carreira, o conteúdo parece mais próximo de Michel Houllebecq.
Em Friction acompanhamos a vida de um sexteto de jovens adultos a tentar fugir à infelicidade. Como nos livros do Houllebecq, nenhum deles consegue ser feliz com as relações que tem (ou com a falta das mesmas) e percorrem caminhos algo devaços na tentiva de encontrar algum conforto. Começando com percursos bem distintos, estes acabam por se cruzar com consequências algo trágicas. O final em antecipação cientifica também faz lembrar o Houllebecq, mas apesar de tudo, a energia que a escrita de Stretch solta, faz com que o resultado não seja tão deprimente, e que as componentes de sátira se tornem bastante mais nítidas.
Uma excelente estreia que espero venha a dar autor para substituir alguns dos meus autores de choque favoritos (Irvine Welsh, Chuck Palahniuk, bem como as duas referências indicadas), agora que se encontram a perder o seu lustre, ou interessados noutros temas.
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