08 janeiro, 2006

Filme : Corpse Bride

Há quem diga que as promessas são para ser quebradas. Não sendo um verdadeiro adepto dessa filosofia de vida, vejo-me obrigado a renunciar à promessa que fiz no passado dia 16/12/2005 de não mais escrever sobre filmes para menores de 18. Mas o facto é que hoje fui ao cinema ver este filme (para maiores de 12) e não posso deixar de bradar aos céus (e a quem os ocupe) sobre a felicidade que estes 76 minutos me trouxeram.

Mais uma vez sou extremamente suspeito dado o filme de animação anterior de Tim Burton - A Nightmare Before Christmas (O Estranho Mundo de Jack para Portugas puristas) - ser o meu filme de animação favorito de sempre e ao mesmo tempo ser o filme que já vi mais vezes. Penso que estou um bocado longe de ser original por este facto mas, mais uma vez, não posso deixar de o dizer.

Corpse Bride baseia-se numa lenda tradicional russa, em que um rapaz vivo se casa com uma rapariga morta. Mas a história está longe de ser o mais importante, porque Burton poderia pegar no romance de cordel mais banal do mundo e torná-lo num filme genial, tal é a originalidade da sua visão. O mundo dos vivos é um bocado chato e cinzento, mas a terra dos mortos está cheia de cor e movimento e música, e é aqui que Burton nos bombardeia com ideias e pormenores divertidos.

A qualidade da animação é absolutamente fabulosa - é tão perfeita (principalmente ao nível das expressões faciais) que até custa a crer que é stop motion. O design das personagens e as suas vozes também é excelente. Está recheado de homenagens ao cinema como o verme com cara (e voz) de Peter Lorre, ou o piano de marca Harryhausen. Os diálogos estão tão cheios de trocadilhos que tenho a sensação de ter perdido a metade... Um nitido trabalho de amor, com atenção diabólica ao detalhe, e com um resultado perfeito.

Não é no entanto suficiente para destronar o Nightmare do trono, por três motivos principais: não é tão variado (o filme baseia-se em dois ambientes apenas), é um bocado mais clássico em termos de enquadramentos e design, e a música de Danny Elfman também está um bocadinho inferior.

Resumindo, um filme a não perder no cinema, para depois se comprar o DVD e rever umas 500 vezes... Espero que os próximos 13 anos passem depressa para ver o próximo... (4 1/2 / 5)

3 comentários:

Unknown disse...

Ora..... e o vincent????????

Bruno Taborda disse...

O Vincent, por muito bom que seja, é uma curta-metragem por isso não o posso comparar com os outros dois...

Unknown disse...

O Vincent é, além do mais, uma personna que conta com a voz do Vincent.
E mai nada!