09 dezembro, 2005

Filme : Narnia


Confesso que ontem quando entrei na sala de cinema com as minhas filhas para ver este filme (o título completo é: As crónicas de Narnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa), estava preparado para mais uma grande seca, como quase todos os filmes produzidos pela Disney tendo os mais pequenos como público-alvo. Afinal acabei por ser tão agradavelmente surpreendido, que até estou por aqui a escrever estas linhas.

O filme baseia-se no primeiro de uma série de 7 livros de fantasia de C. S. Lewis, e conta-nos a história de quatro irmãos que durante o Blitz da 2ª grande guerra, são recambiados pela mãe para uma terrinha remota de Inglaterra para sua segurança. Pouco após a chegada à mansão que lhes passará a servir de casa descobrem, durante uma partida de escondidas, um armário que dá acesso ao mundo mágico de Narnia.

Estamos portanto em pleno território da fantasia, e as comparações com a trilogia do Senhor dos Aneís são inevitáveis. Aliás, não dúvido que o sucesso alcançado pela trilogia, tenha estado na base da decisão da Disney para criar este filme (ou filmes). No entanto a grande distinção é que este filme está nitidamente dirigido às crianças, não sendo tão assustador como o Senhor dos Aneís ou o Barry Trotter.

O filme está muito bem feitinho: os actores vão bastante bem - com destaque para Tilda Swinton que é a Bruxa do título e Georgie Henley no papel da adorável irmã mais nova Lucy; os efeitos não parecem "último grito", mas isso só ajuda a cimentar o aspecto clássico do filme; mas o que sobressaí mesmo é a história. Escrito há mais de 50 anos os irmãos são representados de forma muito realista: hesitam, erram, pensam e sentem como pessoas verdadeiras. Por outro lado o filme também revela às crianças valores "à antiga" que a maior parte dos filmes actuais não fazem. Mesmo apesar das "referências" cristãs e de algum machismo (as duas irmãs ficam fora da grande batalha na parte final do filme), confesso ter-me divertido imenso nas quase duas horas e meia de duração. Quanto à opinião do público alvo, a minha filha mais crescida (8 anos) saiu da sala de cinema a dizer que era "o melhor filme que tinha visto na vida". Sem dúvida um bom sinal... (3 1/2 / 5)

7 comentários:

Unknown disse...

Estás a ficar cota...

Bruno Taborda disse...

É pá! Eu sei que é bué da nerdish... Mas eu gostei muito do Senhor dos Aneís e tenho duas filhas e até tem 7.7/10 no IMDB e não tinha mais nada sobre o que escrever a não ser os filmes porno que ando a ver e de que tenho vergonha de falar...
i.e. - Até eu tenho vergonha de admitir que gostei do filme, mas homem que é homem encara de frente os seus defeitos como se de touro se trata-se...

Anónimo disse...

É assim mesmo! Encara o Touro, o Leão, a Feiticeira.... O guarda-Roupa já me baralha...!
Bjokas

Bruno Taborda disse...

Über-LOL! Por acaso estive mesmo para mandar uma piada sobre sair do armário, mas só funcionava em Inglês, e como sou cota abstive-me...

Unknown disse...

Pois tenho aqui uma criança de 30 anos a dizer que detestou o filme, é demasiado violento e a Tilda obliterou todo o filme... e só o foi ver porque era o único disponível a uma hora qualquer.
Lembrou-se do Orlando...
É, pelas palavras directas, uma "assertivação do stablishment; é claro que o reino de narnia é cristão e o pai natal oferece armas brancas às crianças;"
E ainda continua...
"a questão principal com este tipo de filmes de fantasia é que tudo o que é politicamente incorrecto já pode ser usado: os casacos de peles,o mundo branco e loiro, a heterosexualidade levado à náusea, and so on..."

E mais não disse.

Bruno Taborda disse...

É pá! Essa criança parece ser uma pessoa muito interessante... e muito avançado para a idade ;-)

Unknown disse...

deveras :)