15 dezembro, 2005

BD : Blacksad 3 - Alma Vermelha


Canales e Guardino são dois jovens Espanhóis de trinta e poucos anos que, vindos do mundo da animação, tiveram uma estreia auspiciosa com o primeiro volume desta série. Obtiveram suficiente sucesso tanto a nível comercial como crítico, para que a série seja já considerada de culto, e que em Portugal os novos volumes sejam editados praticamente ao mesmo tempo que nos países civilizados.

O Blacksad que dá nome à série é um gato preto com a profissão de detective privado, fazendo assim que o timbre da série seja o Noir animalesco. Este género não é propriamente inovador (Sokal criou-o para aí há uns 20 anos com o seu Canardo), mas a arte de Guardino é tão realista que até podemos esqueçer esse facto.

Passando a este tomo em particular, em termos de arte a coisa funciona tão bem como antes, mas a história é ambiciosa demais para as 50 páginas que o livro compreende. Ao quererem tocar em temas como o terror nuclear, a caça aos comunistas nos EUA, e até a colaboração com o nazismo, perde-se um bocado o ritmo cinemático e a emoção dos volumes anteriores. Não deixa de ser uma boa história bem contada e com ilustrações deslumbrantes, mas acho que para manterem o nível a que nos habituaram os autores teriam de prolongar um pouco mais o álbum para haver espaço para respirar e definir melhor as personagens secundárias.

Uma menção especial para a ASA, não só pelo sincronismo da edição acima referida (só é pena não o fazerem também nas restantes séries), mas também pela qualidade impecável da tradução.

1 comentário:

Ferrão disse...

Realmente a Asa surpreende pela positiva com o lançamento em simultâneo com o francês.
Adoro os desenhos de Guardino, que compensam as falhas que o argumento possa ter.
Faz parte das minhas próximas compras.