Já tinha tido oportunidade de demonstrar o meu prazer na leitura do primeiro livro desta série em 2006. Na minha recente ida a Coimbra, aproveitei para fazer uma visita à Dr. Kartoon de onde trouxe os 3 volumes seguintes, que devorei de uma assentada esta semana. Originalmente planeada como sendo uma trilogia, a série alargou-se agora a 6 livros, e ainda bem que assim é.
Como referi anteriormente a série passa-se numa pequena aldeia do Quebeque nos anos 20 e ao cenário idílico do primeiro volume, chega certo dia um tal de Serge (de Montreal com uma passagem longa por Paris) que causa um grande furor na aldeia e que acaba por abrir um restaurante gourmet que surpreende e cativa todos os seus habitantes. No terceiro volume, os homens da aldeia voltam do seu trabalho de Inverno, para a encontrarem algo modificada pela presença do estranho. E a reacção não é a melhor. Pelo 4º volume nem sequer vou entrar, porque é impossível fazê-lo sem estragar as múltiplas surpresas que oferece.
O savoir faire dos dois autores é absolutamente magistral tanto no argumento como na arte. Ainda tenho dificuldade em compreender como uma história tão simples e tão deslocada no tempo, consegue ter tamanho impacto numa criatura tão citadina como eu. Provavelmente a mestria da representação das relações humanas que aqui são demonstradas é tão universal que deverá suscitar o interesse de toda a gente. Quanto ao desenho, a mistura do traço de Loisel, com os detalhes de volume e luz de Tripp, é já uma máquina bem rodada e com resultados deslumbrantes. Os dois primeiros volumes foram editados por cá pela Asa, mas recomendo a leitura na versão original, dado que o Francês do Quebeque em que está escrita, tem uma cadência e um charme que se perde totalmente na tradução.
1 comentário:
Eu nem português dos Açores quanto mais francês do Quebec...
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