Fui almoçar aos Armazéns do Chiado e quando dei a minha refeição / leitura por terminada, pego no casaco que tinha colocado nas costas da cadeira e reparo que estava mais leve do que o habitual. Vou imediatamente verificar se a carteira estava no bolso e verifico que desapareceu. Ainda fiz algumas verificações: junto de pessoas sentadas perto de mim, das senhoras que limpam os tabuleiros, da empregada do restaurante onde comprei a refeição, dos seguranças do centro, mas sem qualquer resultado. Toca a andar para a esquadra da polícia (a 2ª - no Terreiro do Paço - onde já tinha estado anteriormente por assalto no Rossio - história que ficará para contar outro dia), e passar 2 horas para cancelar cartões bancários (e ser roubado novamente) e registar o sucedido (a demora não foi da responsabilidade do agente, que para além de me atender, era telefonista e posto de informações). Eu sei que fui estúpido, e o pior é que antes de me sentar considerei passar a carteira para o bolso das calças, mas como eram de fato não as queria deformar. Também sei que está longe de ser a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa, mas que chateia e disturba não há dúvida (e ainda não comecei a epopeia do pedido dos documentos).
Agradeci depois a não sei muito bem quem (talvez a mim próprio), ter o meu passe no bolso da camisa, porque se assim não fosse teria de pedir a alguém que me fosse buscar à esquadra, ou ir a pé, que não sendo uma coisa má (gosto muito de andar) não é praticável em termos de tempo. Fui ao emprego, onde estive duas horas sem condições mentais mínimas para trabalhar (mas tentei), e voltei para casa. Algum tempo depois fiz a posta anterior a esta. Se ainda não a leram, façam o favor de a ler, porque não escrevo para o galheiro. E já agora vão comprar o livro à livraria mais próxima porque vale a pena.
30 minutos depois recebi um email da Mónica Marques:
"Olá Bruno,
Ou diria Bubu?
Muitos muitos beijos
Sou eu a Mónica
ou diria Mómó?
O livro é desordenado, como eu. E isto que nos aconteceu é uma coisa maravilhosa."
Se tinha caído de 4 com as referências à minha rua, com esta caí de 8, 16, 32, etc. Senti um turbilhão no cérebro e um monte de memórias há muito enterradas a virem todas juntas para a minha cabeça. A Mónica era a minha vizinha do andar de cima, e foi minha "namorada" para aí entre os 5 e os 7 anos (que alguém me corrija se estiver errado), isto até àquela altura em que os putos (estúpidos) decidem deixar de gostar de raparigas (muito temporariamente), em que decidi romper com o namoro sem razão aparente. Alguns anos mais tarde mudou de casa (ainda lá fui um par de vezes), e depois perdi contacto. Acho que já lá vão uns 30 anos...
Se o bom do Shakespeare dizia (e tudo me leva a crer com razão): "Hell hath no fury like a woman scorned", peço-te que aceites as minhas desculpas, e espero que não te tenha traumatizado muito. E já agora que a tua vingança seja suave...
Fotografia: Alquin
10 comentários:
Bonito. Há coisas do caraças!
Cool.
Que coisa mais linda :)
Quem me dera uma coisa assim.
PS: viva a promiscuidade luso-brasileira
O Mundo é bem pequenino Bruno, redondo, confuso mas pequenino. Depois de uma coisa negativa tiveste uma bem positiva já viste? Bubu é lindo LOL nem quero imaginar se te chamasses Boris LOL
Beijinho Grande e um excelente dia
Bobó de Camarão?
HAHAHAHA Muito bom quando é bem feito :D
Eu até podia vir para aqui falar do Bobó à Camarinha, mas é melhor perguntar à Luna...
Rapazes : Por uns dias pensei que esta história só tinha direito a comentários masculinos...
Angelblue : Estamos muito saídas da casca hem?
Anónimo : Cheira-me a vegetais pré-congelados...
Ervi : Pedi à Luna para vir aqui defender-me de ti, mas ela disse que eu já era crescidinho demais para isso. Mauzão...
(saí de cena em grande pranto)
Ops! Sorry. Já saltei para dentro da casca outra vez lol.
Deixa-te estar, que estás muito bem fora da casca. O Bruno é meio púdico quando não anda a comprar lingerie, não lhe ligues...
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