31 março, 2008
30 março, 2008
Cosmic Queen
Como um orgasmo nunca vem só (Ed: bem, às vezes vem!), os Queen + PR anunciaram uma tourné por 14 países da Europa que tem início em Moscovo a 16 de Setembro. The future so bright we gotta wear shades!
29 março, 2008
Concerto : Delícia Keys No Atlântico
Eu sei que não estão habituados a que se fale de música neste pasquim e desde já as minhas desculpas.
Alicia é soberba e, até ver, dos poucos músicos relevantes a terem surgido no Século XXI. Pianista dotada, compositora provada e dona de uma voz que decerto envergonhará a esmagadora maioria dos “artistas” da actualidade, Keys é de um talento avassalador.
Tudo isto, e muito mais, foi fácil de constatar na longa noite mágica de um Atlântico a rebentar pelas costuras. Trinta temas non-stop mostraram a classe pura, o profissionalismo, a simpatia e a boa disposição da Nova-Iorquina. Sem medo de, em muitas canções, se afastar dos arranjos familiares dos LPs, nem de dar protagonismo aos seus músicos e backing singers, Miss Keys foi sempre peixe dentro de água.
Diva da Soul? Nem por isso. Artista madura cujas canções e interpretações têm um apelo universal e transcendem classificação? Sem dúvida nenhuma!
Filme : Ex Drummer
Ontem à noite decidi fazer uma sessão dupla dedicada ao cinema Belga. Comecei por revêr o Any Way the Wind Blows do Tom Barman (o vocalista dos dEUS), que ainda me pareceu melhor do que da primeira vez, e segui com este Ex Drummer, primeira longa metragem de Koen Mortier.
Dries é um escritor famoso que é abordado por um grupo de 3 deficientes particularmente estúpidos que precisam de um baterista (de preferência famoso) para participar num concurso de bandas rock. Assim nascem os The Feminists, e Dries aproveita a sua inteligência superior para começar a manobrar as pessoas à sua volta da forma mais cruel possível.
Sendo o filme mais punk e niilista que vejo em muitos anos, consegue ser insultuoso para quase toda a gente: racista, machista, homofóbico, acho que ninguém se safa... Um espelho que nos apresenta o mais estúpido, cruel e violento da raça humana, é um brutal murro no estômago e de fugir a sete pés para pessoas impressionáveis.
A realização é muito boa: Mortier parece que fez escola a fazer videoclips (não consegui descobrir nenhuma referência) e nota-se. A câmara nunca pára e está sempre a incluir pormenores originais, com cenas invertidas e personagens de pernas para o ar. Na música temos a presença marcante dos Millionaire, com 2 originais e uma versão de Mongoloid dos Devo (e presença disfarçada como concorrentes no tal concurso).
Uma grande surpresa, carregada do mais negro dos humores e com três cores na paleta: o cinzento permanente do céu Belga, o castanho da merda e o vermelho do sangue. ( 4 / 5 )
28 março, 2008
27 março, 2008
Disco : Los Campesinos! - Hold On Now, Youngster
As primeiras audições podem ser um pouco cansativas, o disco não tem um segundo de descanso, está constantemente a atirar-nos à cara com novos hooks e quartetos de cordas e xilofones, mas com a continuidade os temas começam a ficar descodificados no nosso cérebro e é com alguma dificuldade que de lá saem. A energia tipo Síndrome de Deficiência de Atenção, faz lembrar um pouco os The Go Team, mas é nos cânones do próprio indie que se encontra a principal influência: os Pavement. Até ver são a revelação do ano, e definitivamente a descobrir. ( 4,5 / 5 )
Deixo-vos não um, mas dois videos...
Los Campesinos! - Death To Los Campesinos!
Los Campesinos! - You! Me! Dancing!
(Não consegui resistir a incluir este, dado ser a minha música favorita do disco e estar bem enquadrado na temática de Ficção Cientifica que este blog parece ter adquirido recentemente)
LR 24 : John "Angel" Wayne
Eleição da Imagem Para o Perfil do LR
Mas apesar de assim ser, meu caro LR, gostaria de te apresentar propostas alternativas:
Segue-se algo que apela ao teu espírito de voyeur infantil. Óleo sobre tela a fazer lembrar o melhor da art deco. Simples, belo, eficaz.
26 março, 2008
24 março, 2008
Disco : Portishead - Third
Primeiras impressões: "É muito estranho e muito bom!" - disse eu entusiasmado a dois ou três amigos alguns dias depois das audições iniciais. "Soa a Portishead e a algo completamente diferente (de tudo o que ouvi até hoje)!" - tentando aprofundar um pouco a opinião. Esta primeira reacção mantém-se e fundamenta-se: os vocais e as letras de Beth Gibbons continuam em ferida aberta e a tocar-me ao mais fundo da alma, e são o ingrediente responsável pela familariedade. Musicalmente, acabaram-se os loops, e ficamos quase mais próximos do experimentalismo de uns Radiohead, do que da obra anterior da banda.
Será que valeu a pena esperar 11 anos por este disco? Absolutamente! Para além de todas as minhas expectativas os Portishead conseguiram surpreender-me e prefiro esperar este tempo todo para ter outro disco ao nível dos anteriores, do que ter um mais-ou-menos de 3 em 3 anos. Se tiver de esperar 20 pelo próximo, não me importo, desde que mantenha o nível...
A expectativa para o concerto de próxima 5ª feira (que já era muito grande), está agora no máximo. Há aqui 2 ou 3 músicas com que acho que me vou passar ao vivo: Plastic, We Carry On, Magic Doors e o single Machine Gun (para além de todos os temas obrigatórios dos discos anteriores). Há discos para os quais a palavra genial parece ter sido feita. Este é um deles. ( 5 / 5 )
19 março, 2008
Fotonovela : As Aventuras de Dário Valter II
Nem a descoberta inesperada das maiores reservas petrolíferas do planeta em Lanzarote poderiam levar Dário Valter a imaginar o que estava prestes a acontecer. Depois da retirada unilateral da NATO, da ONU e dos Jogos Olímpicos de Inverno, os Neoconservadores Norte-Americanos liderados pelo temível W. decidiram invadir a paradisíaca ilha sob falsos pretextos e prender todos os homens adultos que possuíssem roupinha interior de super herói.
Considerado um “combatente ilegal” Dário é levado num voo secreto da CIA até ao aeródromo de Tires. Daí segue para a colónia penal ultra secreta das Berlengas, a Guantânamo da Europa, num Renault 5 de 83 e, posteriormente, num barquinho a remos. Lá chegado, é interrogado insistentemente e forçado a cavar valas comuns com as próprias mãos.
As condições no cativeiro são tão infra-humanas que, de forma a manter a sanidade mental, Dário vê-se forçado a filtrar água do mar para ajudar um companheiro de cela hemofílico a fazer diálise manual.
Num dos momentos mais dramáticos de sua vida, Dário assassina Bobbie Wan Cão-Nobri só para sobreviver. Os produtos afrodisíacos à base de cão morto tem grande procura na colónia penal exclusivamente masculina e Dário consegue usá-los como moeda de troca num negócio com um guarda corrupto.
Adquirida a prancha, Dário aguarda pelo momento certo. Estuda ventos e correntes, vê o Prison Break em DVD e a 25 de Abril surfa com sucesso até Peniche.
Depois da obrigatória visita ao forte de Peniche e à sentida homenagem a Cunhal, outro foragido de sucesso, Dário começa progressivamente a regressar à vida normal e à noite. Protegido pela população local, para quem é, justamente, um herói maior que Zé Maria, é neste momento que Dário cria o seu famoso alter-ego de DJ Vader.
18 março, 2008
Páscoa Com o Coelhinho Félix
16 março, 2008
15 março, 2008
Fotonovela : As Aventuras de Dário Valter
14 março, 2008
O Dário Valter Agradece
13 março, 2008
12 março, 2008
Ervi 24 : O Dedo ao longo do tempo (parte II)
O meu disfarce nesta festa limitou-se a um chapéu tirolês que os meus pais me tinham trazido da Alemanha, e a minha máquina fotográfica (usada e abusada ao longo da festa). Mas também tinha as minhas mãos ocupadas com outras coisas...
BD : Freak Angels (Warren Ellis e Paul Duffield)
Este Freak Angels é uma primeira experiência em Web Comic gratuito para o autor. E a única coisa que é de estranhar é só acontecer agora: Ellis tem já há muito tempo uma actividade intensa na web, desde o seu blog (bastante interessante por sinal), até uma catrefada de sites em que tem colunas mais ou menos regulares. O artista que escolheu é o quase estreante Paul Duffield, e o trabalho apresentado não só demonstra muito potencial, como se adapta na perfeição ao meio. A publicação é feita ao ritmo de 6 páginas semanais, e começou há cerca de um mês (aqui). Ainda é muito cedo para saber aonde a história nos vai levar, dado ainda se estar a apresentar as personagens e a criar ambiente, mas o estilo parece ser steampunk pós-cataclismo, e até ao momento é mais do que suficiente para justificar a visita semanal...
11 março, 2008
Disco : Nick Cave & The Bad Seeds - Dig!!! Lazarus Dig!!!
Faz hoje uma semana que começei a escrever este post e escrevi o paragrafo poético e introspectivo que leram acima. Por falta de disponibilidade temporal e mental, não consegui até agora dar seguimento à coisa, e o mais irritante é que entretanto tenho pelo menos mais uns quatro discos sobre os quais também queria escrever (Gutter Twins, Portishead, Elbow, Los Campesinos!), e dúvido que alguma vez consiga. São os 4 muito recomendáveis e se não quiserem esperar, podem sempre ir descobrindo...
Passando à matéria em análise, este é para aí o centésimo disco do São Nicolau das Cavernas, numa obra em que só existe para mim um único momento menos conseguido (Nocturama de 2003). Como é lógico, numa obra tão extensa, Cave já mostrou várias personas e de todas essas a que sempre preferi foi a do brincalhão libidinoso que volta a dar a cara neste disco. É notória a re-energização resultante do projecto Grinderman e das bandas sonoras com o Warren Ellis: estão mais experimentais (não muito na composição, mas sim nos detalhes), e as letras voltam a ter uma actualidade e uma forma absolutamente brilhantes. Atentem por exemplo a este pequeno excerto de Today's Lesson:
Janie says we're all such a crush of want half-mad with loss
We are violated in our sleep and we weep and we toss and we turn and we burn
We are hypnotised we are cross-eyed we are pimped we are bitched
We are told such monstrous lies
Janie wakes up and she says
We're gonna have a real good time tonight
Mr Sandman, he has a certain appetite for Janie in respose
He digs her pretty knees and that she is completely naked underneath all her clothes
He likes to congregate around the intersection of Janie's jeans, yeah
Mr Sandman the inseminator opens her up like a love letter and enters her dreams
Para mim (e não excluindo a possibilidade de esta visão ser alterada por factores históricos) este é não necessariamente o melhor, mas certamente o disco de Cave que gosto mais desde o Let Love In. 2008 é portanto uma grande colheita, que poderá ser degustada ao vivo nos Coliseus no próximo mês. Vai ser o meu 5º concerto dos homens... ( 5 / 5 )
Nick Cave & The Bad Seeds - Dig!!! Lazarus, Dig!!!