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Passando-se em Luanda em 2020, o livro vai alternando capítulos vistos do ponto de vista de um tal Bartolomeu Falcato, romancista de sucesso e sem papas na língua (e claro alter ego de Agualusa), e Núbia de Matos, uma cantora também ela de sucesso, e amante ocasional do primeiro. A trama é demasiado complexa para a tentar sequer resumir aqui, principalmente quando juntamos uma quantidade muito considerável de incríveis personagens secundárias (e que nos são formalmente apresentados de forma muito teatral). Digamos apenas que a colocação da narrativa no futuro, tem por objectivo a hipérbole do presente, nomeadamente ao nível daquilo que (imagino) seja a politica e a corrupção em Angola.
Como nos anteriores livros, Agualusa mistura de forma assombrosa a ironia com a realidade e as lendas. Tão depressa temos momentos de brilhante humor, como episódios verdadeiramente viscerais. Talvez seja mesmo por esta permanente mudança de registo que possa não ser considerado formalmente como o melhor livro do autor, mas sinceramente, foi o que gostei mais até hoje, e também no qual se nota claramente o enorme gozo que Agualusa terá tido ao escrevê-lo.
1 comentário:
Encontrei! :)
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