02 abril, 2007

Filme : Shortbus


Este é o segundo filme de um senhor chamado John Cameron Mitchell. O primeiro foi um musical intitulado Hedwig and the Angry Inch (baseado na peça Off-Broadway de mesmo nome e também de sua autoria) que é provavelmente um dos meus filmes favoritos dos últimos 10 anos, ao ponto de obrigar os meus amigos todos a assistirem ao filme numa passagem de ano em minha casa - escolha que poderá ter sido pouco consensual, dado tratar da vida de um/a transexual mal operado/a que tenta vencer no mundo da música. Apesar de agressivo consegue ter imenso humor, apesar de ser muito realista mistura desenhos animados, e a música, apesar de kitsch é completamente brilhante.

Este Shortbus também é feito de uma grande contradição, apesar de ser dos filmes (não pornográficos) mais explícitos de sempre, é basicamente um filme muito simpático sobre o amor e a busca da identidade. Nele seguimos a vida de uns quantos habitantes de Nova Iorque que se juntam regularmente num clube que dá o título ao filme e onde se mistura a arte, a música, a politica e o sexo. Hetero, gay ou lésbico, o realizador nitidamente não tem medo do sexo, e mostra-o de uma forma tão natural, que se torna uma continuação das relações e diálogos entre as personagens. Os excelentes actores do filme são todos estreantes que responderam ao desafio deixado por Mitchell na internet, e contribuíram não só com o seu talento e os seus fluídos corporais, mas na própria escrita, por forma a garantir a respectiva identificação com as personagens. Apesar de por vezes um pouco desequilibrado, é um filme muito inteligente e muito humano, que não podia deixar de recomendar. ( 4 / 5 )

P. S. - O filme tem estreia marcada por cá para dia 5 de Maio e será distribuido pela Atalanta.

5 comentários:

Carca disse...

Se isto estrear no cinema lá estarei. Apesar de ter ficado enojado com o divx... Mas um shortbus no cinema nacional seria um acontecimento...

Isto tudo para dizer: MALVADO! Roubaste-me o post! Também queria escrever sobre o Shortbus! Possuis malandriçe!

Bruno Taborda disse...

É pá! Não digas que ficas-te enojado porque senão as pessoas não vão ver o filme! E é um filme muito educativo que toda a gente devia ver ;-)

He! He! Consegui vingar-me! Eu sou TERRÍVEL! PÉSSIMO! OBNÓXIO!

Falando a sério: se querias escrever sobre o filme acho bom que o faças... Tens com certeza mais alguma coisa a dizer...

Anónimo disse...

Eu também acho bom que ele o faça. Quantos mais melhor. Ainda não vi mas planeio vê-lo sim senhora.

Adriano disse...

Olá.

Nas semana de 15 abril a 16 de maio de 2008, ocorre em Porto Alegre a mostra: BIG: A METROPÓLE NO SECULO XXI
www.portoalegre.rs.gov.br

Em que seria exibido algus filmes com temática urbana, como o lançamento de "O signo da cidade" e também "shortbus" entre outros.

Tinha lido sobre o filme no orkut na comunidade de filmes GLS, e acabei nesse blog, que me deixou curioso quando a pelicula, então agora tive a oportunidade de ver e ainda de quebra acompanhar o debate sobre o mesmo, com o ator Jay Brannan, que veio a convite da organização e o mais novo do elenco.

O filme é uma delicia. O que teria acrescentar é que além de tratar uma conversa, sexo, problemas de forma tranquila, sem censura; tudo com tem a mesma importância...o que dá leveza e proximidade mais com o tema - a identidade de quem somos e o que pode ser felicidade para cada um de nos - a maquete de Nova Yorque é um personagem a parte na história.

Sendo que o início com closes sobre parte do corpo da estatua da liberdade, denotam e exploram o ar sensual que vai entremear os personagem que são ligados por um passeio aereo sobre os predios de Manhatan.

E N.Y. é exibida com toda sua pompa de predios mas muito colorida representando sua divercidade.

Parabéns a proposta.

Halan Pinheiro disse...

Tem um começo muito bom. Como já foi dito, a maquete, a estátua... as primeiras cenas de sexo.

Talvez eu tenha esperado mais pelo que li por aqui. Com pouco tempo de diálogo entre os personagens, percebi que faltava algo, e então lembrei das pequenas peças de teatro que eu fazia na 5a série nos trabalhos de escola. O perfil dos personagens são fantásticos, mas foram desperdiçados em uma trama mal-elaborada e com cenas mal-terminadas. Prometi pra mim mesmo que aquele filme tinha até um pouco mais da metade dele para se provar ser interessante... Me frustei.

Conclusão... personagens com perfis bons, trama com uma série de lacunas que poderiam ser exploradas de várias formas legais...


Tudo bem, vamos pegar leve, afinal de contas eram atores iniciantes encontrados na internet e o diretor só tinha um musical na bagagem. Talvez eu não conseguiria fazer melhor também (mas sei quem faz!)