Confesso que nestes posts sobre discos, tenho particular predilecção por bandas de quem nunca ninguém ouviu falar. Tenho sempre a noção que estou a ser útil à banda e aos melómanos em geral e a justificar plenamente o tempo passado à frente desta janelinha do blogger, bem como a sacar e a (tentar) ouvir discos aos magotes, entre os quais é por vezes difícil de encontrar algo que me satisfaça verdadeiramente. Estes Miserable Rich são um quinteto de Brighton, que são arremessados pelos media para o cesto do chamber-pop. Não sei muito bem como, o disco anterior deles chamado Twelve Ways to Count, veio parar ao meu iPod e ficou por lá durante tantos meses que só foi substituído por este, que ainda consegue ser melhor.
Numa filosofia não muito distante dos Beirut, a banda recusa a utilização de instrumentos eléctricos bem como toda a percussão que não seja tão discreta que não se dê por ela... Por isso, os discos são essencialmente feitos de cordas (violino, contrabaixo, guitarra acustica e piano) e voz. E James de Malplaquet tem uma daquelas vozes únicas, que ao principio se estranha para depois nos apercebermos da sua beleza distinta. Quanto às letras, de um mau comportamento algo aristocrático com referências a linhas de cocaína e ressacas, e um sentido de humor muito discreto, embatem com a perfeição dos arranjos das cordas com um resultado muito fora do vulgar.
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