Se pegarem num belo cavalo negro selvagem e o domarem, ele fica menos belo? Esta pergunta de retórica algo McCarthyana descreve com bastante exactidão o que sinto à 10ª audição (mais coisa menos coisa) por este disco. A tal ponto que estas linhas que lhe seguem se poderiam considerar inúteis. É verdade: o novo dos AF desilude um pouco. Sente-se que aquele caos organizado, anárquico e emotivo que caracterizava tão bem a banda (e a tornava tão única) se esfumou. É um disco de belas canções, muito bem escritas e tocadas, mas em que o risco parece ter ficado de fora e o experimentalismo reduzido aos mínimos necessários para manter a credibilidade. Começa muito bem (as primeiras 4 faixas conseguem gerar algum entusiasmo), mas parece que algures pelo meio perde gás e ganha previsibilidade, e a duração extra parece não ajudar por ai além. Mesmo assim há por aqui muita coisa que ao vivo poderá ganhar nova vida e dimensão, assumindo que a trupe continua com a mesma vivacidade. Comprovaremos a 18 de Novembro no Atlântico.
2 comentários:
Bruno, concordo contigo. Acabaram por jogar pelo seguro e manter a sonoridade.
Acho, também, que poderiam ter sido influenciados pelos sons mais inovadores que nos tinham dado anteriormente.
Não desgosto do álbum, porque gosto de AF.
Dia 18 lá se vê se dão tão bom espectáculo como deram no SBSR.
Beijinhos
Mais um para juntar aos que concordam.LOL
Dia 18 se verá.
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