29 maio, 2009

Something for the Weekend 39

Podemos viver em tempos difíceis, mas esta semana está carregada de vídeos novos! Na realidade são tantos que até daria para uma dose dupla, mas mais vale guardar para tempos de seca... O novo do Patrick Wolf é uma experiência visual algo alucinante, e que me parece distrair um bocado demais a nossa atenção para a música. Mesmo assim não posso deixar de o passar por aqui e vos recomendar mais uma vez que oiçam este disco fabuloso...


Patrick Wolf - Hard Times

Também em insistência de recomendação temos a Natasha Khan, com mais um excelente vídeo. Esta rapariga vai longe, acreditem...


Bat For Lashes - Pearl's Dream

Mas esta coluna não pode ser só feita de insistências, por isso passemos a outras novidades. Os The Sounds são uma banda Sueca com forte influência New Wave e cujo terceiro álbum, intitulado Crossing The Rubicon, está iminente (2 de Junho). São daquelas bandas que, não sendo propriamente inovadoras, fazem vénias ao passado com alguma classe e uma boa dose de divertimento.


The Sounds - No One Sleeps When I'm Awake

O Tuga Gomo também lançou há alguns dias o seu muito aguardado 2º álbum. Chama-se Nosy, está recheado de pop bem feita cantada em Inglês, e pela capa, parece que o moço está a confundir a sua identidade com a Björk. Como tem sido seu hábito, o vídeo deste primeiro single é simples mas muito bem feito...


Gomo - Final Stroke

24 maio, 2009

Trailer Park : Los Abrazos Rotos


O novo Almodóvar é um melodrama com tendências noir que passou por Cannes a semana passada, com acolhimento misto. Desde Hable con Ella que os filmes do realizador não mexem verdadeiramente comigo, mas valem sempre a pena ver pela classe da realização e da direcção de actores a que nos acostumou. Parece-me que este não vai mudar muito este status quo, mas cá estarei para o ver.

22 maio, 2009

Something for the Weekend 38

Arrancamos esta semana com o novo vídeo dos Metric, a única coisa que parece amainar o meu turkey de Emily Haynes (infelizmente não há concertos à vista para a real thing). A faixa é extraída do álbum Fantasies de que já por aqui falei...


Metric - Sick Muse

Tinha pensado fazer uma posta sobre o novo álbum do Jarvis (chama-se Further Complications e já deve estar nas lojas), mas o tempo não chegou e entretanto perdi um pouco a "pica". Diga-mos que o rapaz aproveitou o seu divórcio para fazer um Grinderman, ou seja, contratar o Steve Albini e tentar fazer um disco mais primário e apunkalhado. A coisa não funciona totalmente, tem bons momentos clássicos (Leftovers e I Never Said I Was Deep), e bons momentos primários (Fuckingsong e Caucasian Blues), mas o resto parece perder-se um pouco no meio (sendo esse o caso deste tema que não é dos melhores nem dos piores). Mas as letras e a voz são dele, e para fans isso pode não satisfazer totalmente, mas sabe sempre bem...


Jarvis Cocker - Angela

Com disco novo no horizonte está também a Regina Spektor. Chama-se Far e sai a 23 de Junho. Ainda não há vídeo oficial, mas esta prestação no Jools Holland deixou-me com água na boca.


Regina Spektor - Blue Lips

Saint Morrissey

This charming man celebra hoje 50 anos.
Muitos beijos.

Adenda: o Contracultura oferece, neste glorioso dia, um concerto do Morrissey, em Saint Louis, ocorrido precisamente há dois anos, onde se pode ouvir o público, prostrado perante Moz, a cantar-lhe os parabéns. Aqui.

21 maio, 2009

Créditos finais

João Bénard da Costa - o homem para quem 80% dos filmes tinham sempre uma ou duas cenas que eram "a mais bela da história do cinema" - nunca mais virá lanchar na minha rua. E nem é que eu me importasse.

20 maio, 2009

Concerto : Antony & The Johnsons - Coliseu de Lisboa - 14 de Maio de 2009

Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras! Faltam-me as palavras!

Quase uma semana depois do concerto ainda ando à procura...

19 maio, 2009

18 maio, 2009

Disco : Danger Mouse + Sparklehorse - Dark Night of the Soul

Estes dois senhores já tinham colaborado com muito sucesso no último disco dos Sparklehorse (Dreamt for Light Years in the Belly of a Mountain de 2006). Neste disco voltam-se a juntar e convocaram um batalhão de convidados para dar a voz ao projecto: Black Francis (dos Pixies), Julian Casablancas (dos Strokes), Iggy Pop (dos Stooges), Nina Persson (dos Cardigans), e mais uns quantos. Até a Suzanne Vega parece que dá um ar da sua graça e eu nem tinha dado por nada. A ideia era lançar tudo com um belo package com imagens do David Lynch e fazer um objet d'art muito bonito...

Até que a malvada da editora (neste caso a esperançosamente famigerada em breve EMI), decidiu arranjar uns "problemas legais" que ninguém sabe quais são (talvez o LR), e cancelar o lançamento do disco. O nosso Danger, que não é virgem em problemas legais, decidiu borrifar-se na editora e lançar o disco sob a forma de um CD-R em branco com o label 'For Legal Reasons, enclosed CD-R contains no music. Use it as you will.', podendo o mesmo ser comprado aqui em duas versões: uma só com um poster, e outra com um livro de mais de 100 páginas com fotografias do David Lynch, e limitado a 5.000 cópias numeradas.

Quanto à música, um projecto desta natureza nunca poderia correr mal. A coisa é menos narcoléptica, mas não menos complexa do que os restantes discos dos Sparklehorse, e a produção do Danger Mouse é tão discreta que às primeiras audições só se dá por ele num par de temas. Os vocais funcionam na perfeição na maioria dos temas, tendo gostado particularmente do Iggy a grunhir Pain Pain Pain directamente para o meu cérebro. Altamente recomendável portanto, e apesar de não ser meu costume, este caso merece que vos deixe aqui o link para o comprovarem vocês mesmos (e encherem o tal CD-R se optarem pela sua aquisição).

Cem Mil Visitantes

Hoje é o dia em que deixamos o rés-do-chão da blogosfera lusitana rumo à penthouse das coelhinhas farfalhudas. Bem o merecemos, quanto mais não fosse pelo facto de nos aturarmos mutuamente há tantos anos. O Contra Cultura é apenas a ponta da ponta do nosso iceberg criativo e em breve divulgaremos mais das nossas actividades como os workshops de feng shui e macramé, a nossa editora de filmes caseiros e a Fundação Para a Paridade Parideira na defesa do direito à gestação masculina.

Obrigado.

17 maio, 2009

Trailer Park : Whatever Works


Whatever Works é o novo Woody Allen, em que o papel principal foi entregue a Larry David, um dos criadores de Seinfeld e ele também um judeu Nova Iorquino neurótico e mal humorado, ou seja, um alter ego perfeito para o próprio Allen. Juntam-se a ele (entre outros) as adoráveis Patricia Clarkson e Evan Rachel Wood (fazem mãe e filha), e pelo trailer parece que temos retorno ao estilo mais próprio do realizador, depois das suas recentes aventuras Europeias. As primeiras reacções criticas também parecem positivas.

16 maio, 2009

Something for the Weekend 37

O álbum de estreia dos badalados e premiados (com um Brit de escolha da crítica) Florence & The Machines chama-se Lungs e está finalmente previsto para 6 de Julho. Até lá temos mais este excelente single (que saí a 21 de Junho) e que deixa antever o melhor para o disco. Confirmando-se as suspeitas voltarão certamente a ler sobre eles por aqui...


Florence & The Machine - Rabbit Heart (Raise It Up)

Também com single novo estão os Sky Larkin, desta feita sob a forma de EP disponível unicamente em formato de cassete de 60 minutos com 3 capas diferentes, eventualmente o pior formato de todos em termos de qualidade sonora e durabilidade, mas não deixando de ter algum efeito nostálgico. Quanto à música, é mais um bom exemplo do rock melódico que se encontra no álbum The Golden Spike.


Sky Larkin - Antibodies

Primeira amostra de um novo EP a editar um dia destes, os Modest Mouse aparentam manter a excelente forma de We Were Dead Before The Ship Even Sank. Quanto ao vídeo foi realizado por Kevin Willis, normalmente responsável pelos vídeos muito estranhos e hipnóticos dos Tool.


Modest Mouse - Satellite Skin

15 maio, 2009

12 maio, 2009

Everybody lies

A Fox retomou ontem a emissão da 5ª temporada da série House M.D. – a série que me impediu de continuar a desprezar séries, mesmo antes de conhecer e viciar-me no Lost. House M.D. tem o melhor personagem de toda a ficção contemporânea, uma espécie de Diógenes dos tempos modernos. É o dr. House (e a interpretação de Hugh Laurie), com a sua ternurenta visão do mundo, o seu amor pela humanidade e com os seus diálogos energéticos e cáusticos, que sustenta uma série onde metade do argumento é imperceptível ao cidadão comum (e mesmo a mim, que sou dotado de uma inteligência superior).

Escrevo (direito) nestas linhas virtuais (melhor que Deus, portanto, que se socorre de linhas reais, ainda que tortas) em dia de justa greve de enfermeiros e em período de visitas a um hospital público de Lisboa. Fico a saber que as maiores diferenças dos hospitais públicos portugueses em relação ao Princeton-Plainsboro Hospital não se prendem com a qualidade técnica, simpatia ou disponibilidade do pessoal médico e enfermeiros, mas sim com os meios ao dispor desta gente. Assim, para que tenham uma ideia, informo V. Exas. que no Hospital Egas Moniz as endoscopias e as colonoscopias (80 centímetros de tubo pelos intestinos dentro) são feitas sem anestesia, pois a Comissão Liquidatária do Serviço Nacional de Saúde (vulgo Ministério da Saúde) entende que isso é dinheiro mal gasto. Penso que tal se deverá ao facto de o nosso primeiro-ministro não recorrer a lubrificantes ou anestésicos quando é penetrado analmente (clinicamente falando, claro: os tais 80 centímetros de tubo).

Saúdo, portanto, o regresso da transmissão da série e dedico este meu primeiro poste aqui no CONTRACULTURA, nomeadamente o título e a imagem, ao nosso primeiro-ministro.

11 maio, 2009

Búbú na Feira do Livro

Desde miúdo que gosto muito da Feira do Livro. Durante uns anos andei afastado, mas mais recentemente tenho voltado a sentir alguma atracção pela coisa, mesmo ao falhar rotundamente a inculcar esse gosto às minhas filhas (que preferiram ficar em casa de pijama e à frente do computador, encomendando-me a tarefa de escolher os livros por elas). Já lá tinha ido abastecer-me durante a semana passada (agradeço o alargamento do horário à hora de almoço), mas uma oportunidade de ter a minha cópia do Transa Atlântica autografado, levou-me a voltar lá no Domingo, mesmo quando fui ouvido a escrever que "fugia da feira ao fim-de-semana como os Mexicanos da gripe suína".

A primeira reacção, ao ver a maré de gente a comer farturas e a passear trolleys (como se nunca tivesse andado nessa vida), foi muito próxima do pânico. Mas a causa era boa e não podia desistir ao primeiro obstáculo, e o tempo até parecia estar a dizer para eu me deixar ficar. Nas minhas deambulações (no sítio onde deveria estar a Mónica Marques, estava misteriosamente o Francisco José Viegas, a quem agradeço todos os meses a Ler) fui parar ao stand da Leya que parece querer transformar a Feira em mais um centro comercial e onde a confusão ainda era maior. Mas estava lá o Gonçalo M. Tavares (que é provavelmente o meu autor Português preferido), e havia um livro novo d'O Bairro (O Senhor Swedenborg), e aproveitei para me confessar um fanboy absoluto da obra dele e pedir um autógrafo. Perguntou-me qual o meu livro preferido dele (que é o Aprender a Rezar...) e que por acaso também é o que ele considera o seu melhor. Fiquei também a saber que está em fase de "limpeza" do seu novo romance que espera editar até ao final do ano. Venha ele...

De regresso ao stand da Quetzal, cruzei-me com o José Eduardo Agualusa e fiquei com a pulga atrás da orelha... Mas lá consegui encontrar a Mónica (o Francisco José ainda lá estava) e ficar com uma dedicatória verdadeiramente única, a qual nunca revelarei publicamente, nem sob tortura em Guantanamo. Mas a pulga do Agualusa não me largava e lá voltei à Leya para ver se ainda o apanhava. E lá estava! Dei-lhe um livro para autografar e ele ofereceu-me churros e apresentou-me os amigos, à melhor maneira Angolana. Os ditos amigos eram o João Tordo (a quem agradeci os livros que escreveu e de que gostei muito) e o Miguel Gullander (que não conhecia, mas de quem trouxe o Perdido de Volta, dada a recomendação efusiva). Quanto ao novo do Agualusa está aí a rebentar...

Apesar da grande confusão, o balanço foi extremamente positivo, tendo-me permitido adquirir uma data de livros autografados, e fazer este pequeno exercício em name dropping compulsivo (ainda lá vi o Bruno Nogueira e o Maestro Vitorino de Almeida). A feira segue até ao próximo fim-de-semana. No sítio do costume...

10 maio, 2009

O CC no CC!


Para celebrar antecipadamente as 100.000 visitas, decidimos contratar uma autêntica estrela da blogosfera (o passe foi bastante dispendioso, mas não olhamos a custos pelos nossos leitores). O CC é mais um moço jeitoso de '68, que já mandou as suas postas na Quinta Coluna em conjunto com o LR, passou depois pela Baixa Autoridade e também faz umas coisas interessantes a solo no particulas elementares (cujo nome consegue ao mesmo tempo ser uma homenagem ao Michel Houellebecq e ao valter hugo mãe).

CC: Sê muito bem vindo e estás à vontade para partir a mobília toda...

09 maio, 2009

Trailer Park : Tetro


Tetro é o segundo filme de Francis Ford Coppola em 12 anos. Foi buscar Vincent Gallo e a brilhante Maribel Verdu para nos contar a história do reencontro de dois irmãos em Buenos Aires. Como podem ver pelo trailer abaixo, é notório o regresso à fotografia a preto-e-branco (com pormenores a cores prometidos) de Rumble Fish (um dos meus filmes favoritos do realizador). Será que é desta que temos um verdadeiro retorno à forma de outros tempos? Youth Without Youth, apesar dos inúmeros méritos, não me satisfez totalmente... Vamos a ver o que este dá.

Something for the Weekend 36

Já tendo ganho fama de "artista emergente" pela elite da moda de Nova Iorque, Lissy Trullie toca um indie-pop muito razoável, tem uma voz que parece dar para fazer muita coisa, e obviamente um estilo bastante cool, imprescindível para chegar a algum sítio em NY. O EP de estreia Self-Taught Learner, não me convenceu totalmente, mas aparenta potencial para mais e melhor...


Lissy Trullie - Boy Boy

Depois de uma estreia, passamos agora a dois repetentes: primeiro os The Joy Formidable com o novo single Whirring que sai a 25 do corrente mês.


The Joy Formidable - Whirring

...e a terminar DM Stith trás-nos mais um belíssimo vídeo para uma belíssima música ainda extraída do seu álbum de estreia Heavy Ghost.


DM Stith - BMB

05 maio, 2009

Disco : Patrick Wolf - The Bachelor

Como investidor neste disco, a minha curiosidade ainda era maior do que o normal, e foi completamente impossível resistir ao leak que por aí anda/andou (o disco só sai oficialmente a 2 de Junho). Sim, a capa é horrorosa, mas não me importo muito com isso, visto ser claro pela audição do disco que o Wolf gastou cada p que eu e os outros demos a fazer o disco mais ambicioso da sua carreira (e de muitas outras carreiras também).

Logo à partida, é muito claro que pegou nos estilos distintos dos seus discos anteriores (a electrónica de Lycantropy, o chamber de Wind in the Wires e a pop de The Magic Position), misturou-os de formas novas e desbravadoras, e ainda conseguiu juntar mais uns quantos ingredientes (sendo o mais notório a folk celta). Também não se poupou em instrumentos, para além do piano / violino / electrónica habituais, temos coros a torto e a direito, citara, pifaros, órgão de igreja, flautas de pan (esta é bastante infeliz e quase que me estraga o disco dada a alergia adquirida num fim de semana de feira de discos com Índios-Sul-Americanos-da-treta a fazer companhia e a tocar o tema do Titanic), e até declamações da Tilda Swinton. Enfim, não é uma festa. É um autêntico festim! Tal como já acontecia no anterior arranca com 3 faixas absolutamente inebriantes: o muito "à propos" Hard Times, Oblivion e o Laneganesco The Bachelor com uma voz feminina rouca e ainda não identificada, e que me provocou arrepios contínuos na primeira audição. Seguem-se as duas faixas mais fracas do disco (com as tais flautas titanescas), que são o único motivo para ficar à esquerda da perfeição, mas depois redime-se com honras...

Se antes já era difícil classificar o rapaz, com este disco entra com toda a confiança na classe dos inclassificáveis. Garanto-vos que não é pelos tostões que poderei ganhar com isso, nem pela troca de olhares quando me cruzei com ele à frente do Lux, que vos digo que este disco é obrigatório, e que este rapaz ainda vai fazer muita coisa jeitosa daqui para a frente...

04 maio, 2009

Fim de Semana no Porto (com concerto pelo meio)


Continuando na base do vá-para-fora-cá-dentro, este fim de semana prolongado rumei à cidade do Porto onde já não ia (em lazer) há uns 8 anos. Fui experimentar o Eurostars da Artes (por sinal bastante bom, mas infelizmente cheguei à conclusão que a diferença de 5 para 4 estrelas é muito maior do que de 4 para 3), que fica mesmo no meio daquilo a que agora se parece chamar a "zona alternativa" da cidade, e que se centra à volta da Rua Miguel Bombarda.

Nesta rua relativamente pequena (e espaço circundante) temos direito a uma enorme concentração de boas galerias de arte, algumas lojas bastantes simpáticas e recheadas de coisas muito originais (algumas até demais), e com um pequeno centro comercial bastante agradável (CCB - Centro Comercial Bombarda), mesmo descontando alguma tendência newageish. Também por lá se encontra um restaurante Japonês recomendável - o Itamae - que não sendo brilhante em termos culinários (o Sashimi estava um pouco frio demais e o Sushi adocicado), tem um ambiente e uma decoração que compensam largamente.

As casas do bairro são antigas e algumas estão degradadas, mas não há nada como um pouco de arte urbana para mudar o ambiente, como podem comprovar pelos exemplos acima...

Mas o motivo principal que me levou à cidade, foi o concerto que a PJ Harvey e o John Parish deram na Casa da Música. Limitando o alinhamento aos dois álbuns que fizeram em conjunto, é lógico que tem pouco a ver com um concerto da PJ em nome próprio, e a própria escolha da sala (com a tão polémica pequena lotação) não deve ter sido alheia a esse facto. E que bem que lá couberam. Tivemos uma PJ descalça e a mudar brilhantemente de personagem e de registo vocal praticamente a cada tema, bem acompanhada pelo JP e restantes comparsas. Pontos altos para mim corresponderam previsivelmente às minhas faixas favoritas do último álbum: a faixa título, Pig Will Not e Cracks in the Canvas. Quanto à Casa da Música propriamente dita (foi a minha primeira visita), confesso que fiquei mais impressionado com a mistura de todos os tipos de música num só espaço, do que com a arquitectura labiríntica.

Para terminar o passeio, ainda fiz uma visita (obrigatória) à Fundação de Serralves, cujo ponto alto foi a exposição de fotografia de Guy Tillim. São cerca 60 fotos de edifícios de arquitectura modernista (e colonialista) que se encontram em países da África Central (Congo, Moçambique e Angola principalmente), e que demonstram por um lado a redundância actual da sua construção, e por outro o efeito que as guerras e a natureza têm tido sobre os mesmos.

Não quero terminar sem uma referência especial à simpatia genuína, e por vezes mesmo desarmante, com que fui atendido em quase todos os sítios. Desde o recepcionista do hotel, até ao rapaz do bengaleiro de Serralves, senti que as pessoas estavam mesmo interessadas em dar o seu melhor. Era bom poder dizer o mesmo de Lisboa...

01 maio, 2009

Something for the Weekend 35

Esta semana estou mentalmente afónico... Tento escrever mas só me saem onomatopeias. Vejam os vídeos e falamos para a semana, OK?


Eels - Fresh Blood


Jeniferever - Green Meadow Island