Retirado desta notícia:
Porto, 28 Jul (Lusa) - O indivíduo que baleou os vizinhos por acreditar que um deles, pelo facto de ser homossexual, estaria a sodomizar o seu gato foi hoje condenado, no Tribunal São João Novo, Porto, a cinco anos e seis meses de prisão efectiva.
José Maria Correia, 53 anos, empregado de mesa há 32, foi condenado pelos crimes de homicídio na forma tentada e detenção de arma proibida.
O tribunal deu como provado que, em 27 de Outubro de 2007, José Correia pediu a Anabela Cruz Silva (atingida pelos disparos), que se encontrava no pátio das habitações, que a ajudasse a resgatar o seu gato que havia fugido para um terreno contíguo.
Na impossibilidade de Anabela Silva poder responder à solicitação do arguido, o vizinho José Pedro Macedo, que estava à janela da sua habitação e se apercebeu da situação, prontificou-se a ajudar no resgate.
Quando José Correia viu José Pedro a tentar apanhar o gato começou a proferir expressões injuriosas sobre a sua orientação sexual.
Assim que consegue capturar o animal, o vizinho de José Correia desloca-se para a habitação do arguido, ficando Anabela Cruz no pátio, onde foi atingida pelos disparos de uma pistola Browning, de calibre 6.35, pertencente ao arguido.
Provou-se ainda que José Correia acreditava que a pessoa no pátio era José Pedro e estava convicto de que "este era homossexual e que pudesse ter havido contactos de natureza sexual entre o vizinho e o gato".
No seguimento dos disparos, Anabela Cruz, professora de ensino secundário, foi transportada para o hospital de São João onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica da qual resultou uma cicatriz de 23 centímetros.
O tribunal deu ainda como provado que José Correia agiu deliberada e conscientemente com o propósito de tirar a vida a José Pedro, considerando a sua postura durante o julgamento "profundamente desconcertante" e com um "comportamento homofóbico".
Durante as buscas policiais foram encontradas 38 munições em casa do arguido, conhecido por "Zé Pistoleiro", como contou Maria da Conceição Volta, tia da ofendida.
O juiz-presidente, João Amaral, considerou que o motivo que desencadeou os factos "é torpe".
"Dar um tiro em alguém por ser homossexual e por supostamente ter tido relações sexuais com um gato que ajudou a resgatar, e por isso o animal ter ficado paneleiro, é talvez o motivo mais torpe que eu já vi na minha vida", frisou o magistrado.
28 julho, 2008
26 julho, 2008
Filme : Doomsday
Ontem estava tão mentalmente exausto que estava mesmo a precisar de um filme que me permitisse desligar o cérebro por uns minutos... e este serviu à medida. Realizado por Neil Marshall que já nos tinha trazido o potável Dog Soldiers e o excelente The Descent, é uma homenagem aos filmes de terror / scifi / acção do último quinto do século passado (um pouco à semelhança do que Robert Rodriguez fez com o seu Planet Terror). Começa com os Living Dead, fica Aliens durante 5 segundos, depois passa a Mad Max, enfim, anda alegremente a mudar de estilo e entra perfeitamente naqueles cenários pós catastróficos que me são tão queridos.
A realização está longe de ser brilhante, mas tem montes de pormenores engraçados. Os actores são quase todos fraquinhos (e os que são bons aparecem muito pouco tempo), mas é sempre mais agradável olhar para a Rhona Mitra do que para o Vin Diesel. Enfim, o filme é lixo, e sabe que o é. Mas não me divertia tanto à frente do minha televisão há muito tempo. ( 3 / 5 )
A realização está longe de ser brilhante, mas tem montes de pormenores engraçados. Os actores são quase todos fraquinhos (e os que são bons aparecem muito pouco tempo), mas é sempre mais agradável olhar para a Rhona Mitra do que para o Vin Diesel. Enfim, o filme é lixo, e sabe que o é. Mas não me divertia tanto à frente do minha televisão há muito tempo. ( 3 / 5 )
25 julho, 2008
Something for the Weekend I
Sinto regularmente uma grande frustração por ouvir muito mais música do que aquela sobre a qual chego a escrever. Fico sempre com montes de coisas que gostaria de recomendar e não consigo. Para tentar suprir esta falha, vou tentar fazer uma posta semanal com 2 ou 3 vídeos recentes que me tenham chamado à atenção.
Ida Maria - I Like You So Much Better When You're Naked
Desta senhora já falei aqui, mas é sempre bom voltar a recomendar...
She & Him - Why Do You Let Me Stay Here
Ela é a Zooey Deschanel, ele o M. Ward. Pela amostra, juntos fazem música com toque retro sixties e com sabor a Verão, e vídeos com muito sentido de humor. O disco acabou de sair em países civilizados e Europeus (que pelos vistos não é o caso do nosso).
Johnny Foreigner - Salt, Peppa and Spinderella
Esta banda Inglesa teve o azar de surgir 2 ou 3 segundos de uma outra que lhe é bastante semelhante: os Los Campesinos! Tem um pouco a mesma sonoridade alucinada e sempre a abrir, e mais uma coincidência: vocalista masculino e feminino. O som é no entanto um pouco menos rico, dado limitarem-se a 3 elementos. Mesmo assim o álbum de estreia Waited Up Til it Was Light é muito recomendável. Esta é (curiosamente) uma das músicas que foge mais à referida semelhança e gostei muito do video pela sua simplicidade aparente...
Ida Maria - I Like You So Much Better When You're Naked
Desta senhora já falei aqui, mas é sempre bom voltar a recomendar...
She & Him - Why Do You Let Me Stay Here
Ela é a Zooey Deschanel, ele o M. Ward. Pela amostra, juntos fazem música com toque retro sixties e com sabor a Verão, e vídeos com muito sentido de humor. O disco acabou de sair em países civilizados e Europeus (que pelos vistos não é o caso do nosso).
Johnny Foreigner - Salt, Peppa and Spinderella
Esta banda Inglesa teve o azar de surgir 2 ou 3 segundos de uma outra que lhe é bastante semelhante: os Los Campesinos! Tem um pouco a mesma sonoridade alucinada e sempre a abrir, e mais uma coincidência: vocalista masculino e feminino. O som é no entanto um pouco menos rico, dado limitarem-se a 3 elementos. Mesmo assim o álbum de estreia Waited Up Til it Was Light é muito recomendável. Esta é (curiosamente) uma das músicas que foge mais à referida semelhança e gostei muito do video pela sua simplicidade aparente...
20 julho, 2008
Concerto : Festival Optimus Alive 2008 - Passeio Marítimo de Algés - 10, 11 e 12 de Julho de 2008
Este vosso escriba, num acesso serôdio de acne juvenil, decidiu ir três dias seguidos ao Optimus Alive. Do que vi:
Dia 10: The National, brilhantes, uns Tindersticks assim mais para o mexido. Gogol Bordello, um equívoco lamentável, sei que há boa gente que gosta mas já não tenho grande paciência para o Kusturica original, quando mais para imitações over-hyped. E fui para casa antes dos Rage Against The Machine, porque tinha horas para chegar :-)
Dia 11: The John Butler Trio, para mim o melhor concerto do Festival, assim como se os Red Hot Chili Peppers fossem australianos e tocassem bluegrass - até fui a correr comprar o CD! Bob Dylan, competente e cool, mas não me entusiasmou. Within Temptation, uma coisa assim para o badalhoco chamada "metal sinfónico" ou lá que raio era - vi duas músicas e lá fui para casa...
Dia 12: Xavier Rudd, um one man show hipnotizante, com direito a didgeridoos, vindo da Austrália - mais um! Donavon Frankenreiter, ou um cantor surfista assim um bocado para o chato. Neil Young, espantoso, a provar que os velhos é que estão a dar - se não fosse a revelação John Butler, escolheria este como o melhor concerto... Ben Harper, ainda aguentei três músicas mas vim embora sem perceber, uma vez mais, a fascinação dos portugueses com a criatura...
'Nuff said - até para o ano!
Dia 10: The National, brilhantes, uns Tindersticks assim mais para o mexido. Gogol Bordello, um equívoco lamentável, sei que há boa gente que gosta mas já não tenho grande paciência para o Kusturica original, quando mais para imitações over-hyped. E fui para casa antes dos Rage Against The Machine, porque tinha horas para chegar :-)
Dia 11: The John Butler Trio, para mim o melhor concerto do Festival, assim como se os Red Hot Chili Peppers fossem australianos e tocassem bluegrass - até fui a correr comprar o CD! Bob Dylan, competente e cool, mas não me entusiasmou. Within Temptation, uma coisa assim para o badalhoco chamada "metal sinfónico" ou lá que raio era - vi duas músicas e lá fui para casa...
Dia 12: Xavier Rudd, um one man show hipnotizante, com direito a didgeridoos, vindo da Austrália - mais um! Donavon Frankenreiter, ou um cantor surfista assim um bocado para o chato. Neil Young, espantoso, a provar que os velhos é que estão a dar - se não fosse a revelação John Butler, escolheria este como o melhor concerto... Ben Harper, ainda aguentei três músicas mas vim embora sem perceber, uma vez mais, a fascinação dos portugueses com a criatura...
'Nuff said - até para o ano!
Concerto : Leonard Cohen - Passeio Marítimo de Algés - 19 de Julho de 2008
Pois, eu sou da outra facção. E não duvidando das palavras do BT, não trocaria um concerto pelo outro - o que aconteceu ontem no Passeio Marítimo de Algés esteve algures entre a feitiçaria e o sonho, com um Leonard Cohen impossivelmente jovem e em forma.
Pacto com o Diabo? Com Deus? O certo é que, impecavelmente coadjuvado por músicos demoniacamente bons e um coro de vozes celestiais, o poeta/cantor canadiano deslumbrou, em especial quem esperava há cerca de duas décadas a nova vinda de Cohen salvador a estas paragens...
Um dos factores que me levou a optar por este concerto foi o pensamente de que, sendo Cohen mais velho que Reed, teria mais probabilidades de volta a ver este último. Mas depois de ver o nosso Leonard mais jovem e em forma do que nunca, rendo-me ao mistério da fé: Hallelujah!
Pacto com o Diabo? Com Deus? O certo é que, impecavelmente coadjuvado por músicos demoniacamente bons e um coro de vozes celestiais, o poeta/cantor canadiano deslumbrou, em especial quem esperava há cerca de duas décadas a nova vinda de Cohen salvador a estas paragens...
Um dos factores que me levou a optar por este concerto foi o pensamente de que, sendo Cohen mais velho que Reed, teria mais probabilidades de volta a ver este último. Mas depois de ver o nosso Leonard mais jovem e em forma do que nunca, rendo-me ao mistério da fé: Hallelujah!
Concerto : Lou Reed - Campo Pequeno - 19/07/2008
Pareço ter sido das poucas pessoas que não teve qualquer dificuldade de escolha entre ir a este concerto ou ao que Leonard Cohen deu ao mesmo tempo no Passeio Marítimo de Algés. Descobri o Reed com o New Sensations em 1984 e desde então tenho-me mantido perfeitamente fiel (incluindo as obrigatórias e óbvias incursões sobre o seu passado). Já o tinha visto uma vez ao vivo no Pavilhão Atlântico em 2000, e não podia deixar de repetir, ainda mais quando o concerto se centrava sobre um dos seus melhores discos (o Berlin de 1973), acrescentando extras como uma orquestra e um coro infantil.
Precedi o concerto com uma óptima refeição na esplanada do Japa, que me deixou muito bem disposto para o prato principal da noite. Com meia hora de atraso (mas com pré-aviso), e após uma pequena introdução de Hal Willner (um dos produtores musicais do espectáculo), os cerca de 30 elementos da banda entraram em palco e deram inicio à interpretação de Berlin. O alinhamento seguiu fielmente o do disco, tendo como único desvio uma (aparentemente despropositada) homenagem a James Brown (mas que funcionou) e manteve-se a trilogia emocionalmente demolidora de The Kids, The Bed e Sad Song a fechar a primeira parte. Em encore tivemos Satellite of Love (com Fernando Saunders a brilhar nos vocais), Rock & Roll dos Velvet Underground e um belissimo novo tema intitulado Power Of The Heart que Reed compôs para a campanha Love da Cartier e cuja versão de estúdio (algo inferior) podem ouvir aqui.
O corpo de Reed pode começar a acusar os excessos do seu passado (já vai nos 66), mas a sua voz (que nunca se quis bonita) continua extrememente eficaz a transmitir as suas emoções. Toda a banda que o acompanhava foi excepcional em cumplicidade e prazer a tocar, com particular destaque para Steve Hunter, guitarrista original do album, com um sorriso permanentemente estampado na cara sempre que punha o seu instrumento a falar. A cenografia de Julian Schnabel era um pouco escusada, mas as imagens projectadas, realizadas pela sua filha Lola e com a presença hipnótica de Emmanuelle Seigner cairam bem a acompanhar a música.
Uma excelente e emocional noite que me deixou a alma mais cheia. Como ele próprio diria: It was very nice, hey honey, it was paradise...
19 julho, 2008
12 julho, 2008
10 julho, 2008
04 julho, 2008
Livro : Friction (Joe Stretch)
Joe Stretch é um jovem de 26 anos originário de Manchester que, tendo iniciado uma carreira musical com os Performance, se estreou este ano na literatura, com este primeiro livro de uma suposta trilogia. Teve como mestre um tal de Martin Amis (ainda segue o curso de escrita criativa por ele leccionado na Universidade de Manchester) e nota-se. Mas se o estilo e o ritmo da escrita fazem lembrar o Amis de principio de carreira, o conteúdo parece mais próximo de Michel Houllebecq.
Em Friction acompanhamos a vida de um sexteto de jovens adultos a tentar fugir à infelicidade. Como nos livros do Houllebecq, nenhum deles consegue ser feliz com as relações que tem (ou com a falta das mesmas) e percorrem caminhos algo devaços na tentiva de encontrar algum conforto. Começando com percursos bem distintos, estes acabam por se cruzar com consequências algo trágicas. O final em antecipação cientifica também faz lembrar o Houllebecq, mas apesar de tudo, a energia que a escrita de Stretch solta, faz com que o resultado não seja tão deprimente, e que as componentes de sátira se tornem bastante mais nítidas.
Uma excelente estreia que espero venha a dar autor para substituir alguns dos meus autores de choque favoritos (Irvine Welsh, Chuck Palahniuk, bem como as duas referências indicadas), agora que se encontram a perder o seu lustre, ou interessados noutros temas.
Em Friction acompanhamos a vida de um sexteto de jovens adultos a tentar fugir à infelicidade. Como nos livros do Houllebecq, nenhum deles consegue ser feliz com as relações que tem (ou com a falta das mesmas) e percorrem caminhos algo devaços na tentiva de encontrar algum conforto. Começando com percursos bem distintos, estes acabam por se cruzar com consequências algo trágicas. O final em antecipação cientifica também faz lembrar o Houllebecq, mas apesar de tudo, a energia que a escrita de Stretch solta, faz com que o resultado não seja tão deprimente, e que as componentes de sátira se tornem bastante mais nítidas.
Uma excelente estreia que espero venha a dar autor para substituir alguns dos meus autores de choque favoritos (Irvine Welsh, Chuck Palahniuk, bem como as duas referências indicadas), agora que se encontram a perder o seu lustre, ou interessados noutros temas.
UltraMoaiHeadMan
O nosso Ervi decidiu contemplar-me com um desafio. Não é coisa que me ocorra frequentemente (a única vez foi há mais de 2 anos), mas também não é problema, porque confesso não ter muita pachorra para qualquer tipo de corrente. Chamem-me anti social se quiserem. Enfim, tinha de responder porque senão ia-me massacrar a cabeça até ao final dos tempos. Da meia dúzia de tentativas que fiz, esta foi a única a que achei alguma piada.
Limito-me portanto a remeter o mesmo desafio ao LR, que como é um bocado ludita, provavelmente nem consegue carregar uma foto neste befunky.
Limito-me portanto a remeter o mesmo desafio ao LR, que como é um bocado ludita, provavelmente nem consegue carregar uma foto neste befunky.
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