31 janeiro, 2009

Disco : Dark Was The Night


Quando uma pessoa chega a um certo nível de auto-ilusão, fica convencido de que já nem precisa de ouvir um disco para o recomendar efusivamente. É o que acaba de me acontecer! Este Dark Was The Night, é a nova compilação da Red Hot, que já nos trouxe em idos anos outras igualmente essenciais (principalmente Red Hot + Blue de 1990 e No Alternative de 1993). Para quem não sabe, a Red Hot é uma organização não governamental que se dedica à luta contra a SIDA, através da recolha de fundos e da educação pela cultura pop. Apesar de na corrente década terem andado um pouco arredados dos discos, regressam em força com um disco duplo de alinhamento absolutamente obrigatório para quem goste de música independente: Andrew Bird, Antony, Arcade Fire, Beirut, Blonde Redhead, Bon Iver, Buck 65, David Byrne, Cat Power, The Decemberists, Feist, Jose Gonzalez, Kronos Quartet, My Brightest Diamond, The National, The New Pornographers, Dave Sitek, Spoon e Sufjan Stevens são "só" os de que eu gosto muito. E depois é quase tudo originais, ou no mínimo, versões ou faixas raras.

A coisa sai a 17/02 e é mesmo para comprar. Aliás vou já fazer pré encomenda de uma catrefada de cópias para oferecer a todos os meus amigos ao longo do ano (começando pelos que fazem anos no final de Fevereiro). Ainda não há vídeos, mas o site disponibiliza um widget muito simpático que nos permite escolher 3 faixas para colocarmos no nosso blog. A minha escolha está aqui em baixo...

30 janeiro, 2009

Something for the Weekend XXII

A música não é nova, mas o vídeo ainda está fresquinho. E como já devem ter percebido, não preciso de muito para ficar hipnotizado com esta moça a cantar. Como a música dela, o vídeo é simples e muito bonito.


Lykke Li - Tonight

Contrariamente ao que possam pensar, não decidi colocar este vídeo para permitir ao Ervi piadas fáceis sobre o nome da banda, cujo 2º álbum intitulado Hush, vê a luz do dia a 17/02. A coisa já roda pelo meu iPod, e apesar de ainda não estar totalmente convencido, a mistura de vocais multilingues com muros de guitarra shoegaze (que podem comprovar no final deste video) agrada-me bastante.


Asobi Seksu - Me & Mary

Colaborador ocasional dos My Brightest Diamond, DM Stith estreia-se a solo a 10/3 com o álbum Heavy Ghost. Conta com colaborações de Shara Worden e Sufjan Stevens, e pela amostra deste single, fiquei muito curioso para o que aí possa vir... Da última vez que isto que me aconteceu a coisa correu bem.


DM Stith - Pity Dance

26 janeiro, 2009

7PP : Uno

Este é o primeiro 7" editado por estes moços, já vai quase para 10 anos. Desde essa altura em que eram comparados ininterruptamente aos Radiohead, e praticamente achincalhados por isso, tornaram-se uma das maiores bandas de rock da actualidade. A minha cópia foi comprada pouco tempo depois de o 1º álbum (Showbiz) sair, numa loja qualquer online que já deverá ter deixado de existir. Custou apenas 1£. Foi o início de uma bela colecção que actualmente contém todos os 7" da banda editados no mercado Inglês.

Esta é sem dúvida a jóia dessa colecção, não só por ser o primeiro, mas por estar assinado (e não foi o JEF que tratou disso). Estávamos em 2002, tinha saído há algum tempo o Origin of Symmetry e havia uma grande superfície que na altura se preocupava em conquistar mercado e derrotar a concorrência (o que entretanto conseguiu, já não sendo necessário nenhum esforço). Os rapazes vieram a Lisboa dar concerto na Aula Magna e foram à tal loja dar uma sessão de autógrafos. Se fosse hoje seria a histeria completa. Eu estava lá e consegui apertar-lhes a mão e obrigá-los a assinar esta coisa. O Dominic e o Chris pareceram-me Ingleses normais e afáveis. Já o Matt Bellamy parecia estar noutro planeta. Não importa. Consegui o que queria. Já o concerto foi uma desilusão. Foram muito pouco comunicativos e o som estava demasiado alto para um espaço tão pequeno como a Aula Magna. Hoje já são um pouco grandes de mais para não me sentir um pouco envergonhado a admitir que gosto deles...


Muse - Uno

A Seguir: O Ervi conta-nos o dia em que conheceu uma Americana muito interessante na grande superfície que antes se esforçava...

24 janeiro, 2009

Disco : Antony & The Johnsons - The Crying Light


Depois de horas (I kid you not!) a percorrer a internet e a ver dezenas de vídeos novos cheguei à conclusão que a única coisa de jeito que apareceu esta semana foi o vídeo que podem ver no final deste texto, e que foi realizado pelos irmãos Wachowski (sim, aqueles do Matrix). Para fazer um "Something..." só com um vídeo optei antes por escrever sobre o disco. Pode ser que a próxima semana corra melhor...

Ainda não tinha escrito sobre o novo do Antony, porque honestamente tenho muita dificuldade em encontrar palavras que lhe façam justiça. Só me vem um único adjectivo permanentemente à cabeça quando o oiço: perfeito. Já gostava muito dos dois álbuns anteriores, mas neste ganha-se claramente em variedade e ao mesmo tempo não consigo encontrar nenhuma faixa que ache inferior às restantes. Estamos perante a voz ultra emotiva a que estamos habituados (quem esteja), mas nota-se uma tremenda evolução em termos de arranjos e mesmo composição.

Curiosamente, dois dos meus amigos com quem tenho gostos musicais mais próximos, não gostam particularmente deste senhor. Um diz que não gosta da voz, outra diz que é muito "esquisito". Eu compreendo. A primeira vez que o ouvi a cantar (no The Raven do Lou Reed de 2003), também tive uma reacção próxima da rejeição, mas o velho provérbio que diz "primeiro estranha-se, depois entranha-se" parece ter sido feito de propósito. Só vos digo: tentem outra vez e não desistam à primeira. ( 5 / 5 )


Antony & The Johnsons - Epilepsy is Dancing

22 janeiro, 2009

Letras : Ainda Pode Descer (Manel Cruz)

Uma cimeira pra ver
tomar um chá e esquecer
não é teu filho que está
na boca desse canhão

Um prémio Nobel pra ti
promove a paz e sorri
vem amanhã ao meu show
e eu vou mostrar-te quem sou

Ainda pode descer mais
Os homens querem ver
Se os homens querem
pode descer

Deus não me quer responder
Mãe ajuda-me a ver o sentido da luta
Nós fizemos tudo por tudo
contratámos os melhores filhos da puta
Isso existe
Isso existe mas nunca acontece
e do que só parece
o coração desiste

Estive há dez minutos atrás na varanda do meu 5º andar
a observar a cúpula invisível entre o céu e o enorme lego de betão
e a sentir-me um inquilino passageiro desta pensão de uma estrela
perdida na imensa cidade negra a que damos o nome de universo.
Curiosamente parece que é o único sítio que temos
para passar a longa noite que nos espera
e é aí que eu saiu para apanhar a frequência,
como que a comer um ponto e a cagar um verso.
No meu prisma a encaixar,
provavelmente no de outros, feito um filósofo de merda.
Mas a vida é isso mesmo:
um monte de gente a fazer de conta que se entende,
e ninguém sabe dizer o que viveu.
E por isso nos pedem que caminhemos alegres para o precipício
sem questionar
porque estaremos sempre longe, mas longe rapidamente fica perto
e perto rapidamente passa por nós.
Eu não quero mandar-te para baixo mas eu sei que me entendes,
tu também tens medo de morrer, toda a gente tem.
Só que normalmente evocamos nomes de problemas
para nos convencermos que estamos ocupados
a resolver uma situação importante
quando não tem importância nenhuma.
Entretanto o tapete rola e nós irritamo-nos com a inevitabilidade
e nos nossos sonhos dizemos:

"Torna-me imortal, torna-me imortal
Eu não vou aguentar deixar de existir."

E é aí que eu entro, para sair da frequência
seduzir-te com os meus sonhos.
Tu não vês como empreendo
e como eu mais um milhão de sonhadores
leva com ele muitos braços de outros,
acéfalos, na lotaria dos ideais,
descrentes, beijando o nº do bilhete.
Mas quero dizer-te que a viagem é tua
e eu não quero empurrar-te à força para a rua.
Se eu falhar, eu vou passar de Deus a carrasco,
embalsamado e metido dentro de um frasco
para te lembrares da mentira.
Mas a verdade é que ganhamos sempre.



Para mim este trabalho "a solo" do Manel Cruz foi o melhor disco nacional do ano passado. Um épico de 2 CDs com 80 faixas, resultante de 10 anos de experiências e brincadeiras entre família e amigos, metidos dentro de um belo livro ilustrado com as letras, e que me deixa a sensação de estar a espreitar para dentro do cérebro do seu autor por uma portinha aberta no crânio.

Hoje tive um dia de merda, em que trabalhei mais do que devia em prole de não sei muito bem o quê, a resolver problemas de pessoas que não parecem querer verdadeiramente soluções. Sempre que isso me acontece, à primeira oportunidade, enfio os phones nas orelhas, e oiço esta música.

E não é que ganhamos mesmo sempre?

LR 41

Catolicismo, culpa, calcinhas brancas abaixo do joelho e vergastadas nas bochechas. Tudo o que um anjinho precisa para um dia de aniversário perfeito.

21 janeiro, 2009

7PP : Cold Wind


Incluído no 2º volume da banda sonora do Six Feet Under (que nunca me cansarei de repetir que é a minha série favorita de sempre), este tema dos Arcade Fire não se encontra em mais nenhuma edição oficial. Mas não fica a dever nada a nenhum dos dois álbuns publicados pela banda até hoje. A letra é claramente sobre a morte de entes queridos, e apesar do tom triste dos seus primeiros 3/4, tem um final alegre como só os AF sabem fazer, e que nos parece dizer que apesar do sofrimento que sentimos, conseguiremos sobreviver e voltar a sentir a(lguma) felicidade. Como se isto não fosse suficiente, o vinil transparente com capa em acetato ilustrado liga que é uma maravilha, e torna o objecto esteticamente muito bonito e original.

Na preparação deste post, comprovei que a nossa memória nos prega partidas muito estranhas. Até ir à procura da cena final do SFU para colocar a seguir a este texto, estava totalmente convencido (estilo certeza absoluta) que este tema acompanhava a inesquecível cena final da série. Encontrei a cena, mas a música não correspondia, tendo concluído que afinal tocava na cena final do penúltimo episódio. No fundo fiquei com pena, porque a conjugação audiovisual das duas coisas seria pelo menos tão memorável como a minha memória.

Finalmente, e em vez da cena final da série, optei pela estreia ao vivo da música em San Francisco. A imagem está fraquinha, mas o som está estranhamente razoável...

20 janeiro, 2009

Que Grande Azar...





BD : Young Liars (David Lapham)


David Lapham já tinha sido responsável por uma das minhas séries favoritas de BD - Stray Bullets - um épico que atravessa as décadas de 70 a 90, pelos olhos de um conjunto grande de personagens mais ou menos criminosas. Auto publicado e a preto e branco, Lapham teve de abandonar a série antes da sua conclusão em 2005, para procurar trabalho que lhe desse rendimento mais garantido enquanto freelancer. Andou um pouco à deriva durante uns tempos (fez umas minis do Batman e do Daredevil), até que assentou na Vertigo com a novela gráfica Silverfish, que não achei ao nível do seu melhor.

O ano passado começou a publicação deste Young Liars na Vertigo, e posso dizer que tem o primeiro número com que mais delirei nos últimos 10 anos. Apenas com as 20 e poucas páginas tradicionais, fiquei completamente viciado na coisa. Aqui seguimos um grupo de 6 ou 7 amigos, todos com segredos perturbadores na sua vida, que escondem dos restantes, inventando frequentemente histórias sobre o seu passado. O próprio leitor fica bastante confuso, mas o facto de cada número ser relativamente estanque, faz com que se consiga apreciar individualmente, ficando a esperar que tudo se torne mais claro no futuro (o que idealmente nunca acontecerá). Violento, paranóico, abstracto, rock'n'roll, sexy são adjectivos que lhe calham muito bem, e o estilo muito próprio do desenho de Lapham (agora a cores) funciona na perfeição. Já vai no número 11 e já saiu um primeiro TP intitulado Daydream Believer.

19 janeiro, 2009

Filme : The Wrestler


Esta história de um wrestler em final de carreira, 20 anos após o seu zénite, e a sofrer do coração, parece mesmo feita de propósito para a noite dos Óscares. Tem uma musiquinha nova do Bruce Springsteen no final e tudo, que normalmente resulta bem. O Rourke (que ganhou o Globo de Ouro da melhor interpretação dramática) vai de facto bem, mas parece-me mais um "boneco" do que uma pessoa a sério. Quem gostei mesmo de ver foi a Marisa Tomei a fazer de puta com coração de ouro (o Ervi vai gostar!), e a Evan Rachel Wood a fazer de filha abandonada.

Se viesse de outro realizador, seria apenas mais um filme bem feito de forma clássica e a puxar ao melodrama (mas sem exagero), mas vindo do Darren Aronofsky, responsável pelos fabulosos Pi e Requiem for a Dream, representa uma tremenda desilusão, pelo convencional da realização, e pelo calculismo. Será um sell-out definitivo, ou foi só para angariar fundos para novo projecto megalómano?

18 janeiro, 2009

Música : Protesto!


Ó Polly, ouvi dizer que vens a Portugal, mas não vens outra vez a Lisboa! Como é que te foste esquecer de compensar o concerto que tinhas marcado para o Coliseu há uma data de anos e que falhaste por causa de uma malfadada faringite. Prontos, eu sei que me reembolsaram os bilhetes, mas confesso que nunca mais fui o mesmo. Tens alguma coisa contra a capital? Olha que é uma cidade muito bonita! Se cancelares o concerto que tens marcado para a Casa da Música a dia 2 de Maio e o trocares pela Aula Magna pode ser que eu encontre espaço no meu coração para te perdoar...

Filme : Slumdog Millionaire

Grande filme! Boyle pega numa história mais ou menos clássica - o rapaz pobre que depois de muito sofrimento consegue vingar na vida e encontrar o amor verdadeiro - e baralha completamente os elementos tradicionais até chegar ao seu final feliz. Não é que eu goste muito de finais felizes, mas este parece ser o primeiro filme em que o realizador consegue balancear na perfeição o seu lado negro (Trainspotting) com o lado mais fluffy (Millions). Depois há o efeito globalização: ao apostar em fazer este filme na Índia, e dar-nos a ver o que a vida é para a maioria das pessoas no mundo, Boyle correu muitos riscos (calculados sem dúvida, mas riscos na mesma), e apesar de criticas a apontarem para a "vista externa simplista" do realizador, a cerimónia dos Globos de Ouro provou que a aposta foi ganha.

Boyle continua assim a ser um dos meus realizadores preferidos que alia a dinâmica e o virtuosismo da sua realização, a projectos fora de comum, não tendo até à data caído no facilitismo Hollywoodesco. Venha de lá esse Oscar...

17 janeiro, 2009

Something for the Weekend XXI

A partir de agora o texto vem primeiro, e o video depois, OK? Esta semana estou atrasado porque ontem à noite em vez de tratar do post, estive a perder tempo com isto. É pouco útil, mas muito divertido...

A notícia da semana para mim foi a perspectiva da visita dos Wilco ao nosso país (30 de Maio em Braga e 31 no Coliseu). Não sou totalmente fanático, mas têm 2 discos de que gosto mesmo muito: Yankee Hotel Foxtrot e o último Sky Blue Sky, pelo que estou muito tentado. A banda não tem praticamente nenhuns telediscos, mas deixo-vos uma versão ao vivo de um dos meus temas favoritos do último álbum.


Wilco - Impossible Germany

Quem vai começar uma tournée e parece que não passa por cá para compensar os concertos que cancelou o ano passado são os Beirut. Deixo-vos a primeira amostra do tal duplo EP a sair em breve. Não muda muito em relação ao som tradicional da banda, mas sabe sempre bem...


Beirut - La Llorana

15 janeiro, 2009

Disco : Fever Ray - Fever Ray

Só a capa deste disco é razão mais do que suficiente para merecer este destaque. Não o consegui confirmar (o site oficial é muito curto em informação), mas tudo me leva a crer que é da autoria de Charles Burns, brilhante ilustrador e autor de BD que nos trouxe o épico Black Hole, e mais uma data de histórias muitos negras e inquietantes. A única coisa que posso fazer é comprar em vinil e mandar emoldurar!

Já no último Something tinha falado deste projecto a solo da metade feminina dos The Knife e incluído o vídeo do tema de estreia, pelo que não terei de me alongar e passar de imediato à música. Constituído essencialmente por electrónica algo minimalista com vocais muito expressivos (e por vezes processados), vai buscar detalhes muito discretos aos mais variados campos: há um toque Africano em When I Grow Up, algo de Oriental em Triangle Walls, e ainda algo que fica entre o medieval e o tribal em grande parte das faixas e que me remete curiosamente para os Dead Can Dance. Também se nota inevitavelmente outras influências: Kraftwerk, Depeche Mode, até Massive Attack, mas também estas são muito discretas e provavelmente devidas ao género e não ao conteúdo.

Uma excelente surpresa, que me fez parar de ouvir o novo dos Franz Ferdinand (que por sinal está com muito bom aspecto, mas sobre o qual ainda não consegui formar uma opinião firme) para me dedicar obsessivamente e de forma praticamente exclusiva. O disco físico só sai em Março, mas já pode ser comprado digitalmente aqui. Primeira paixão musical de 2009... ( 4,5 / 5 )

14 janeiro, 2009

Livro : Crooked Little Vein (Warren Ellis)

Se acham e lamentam que as minhas postas sobre livros têm andado a tender para o pró-cultural (e têm alguma razão - mas os gostos das pessoas mudam), acho que vão ficar felizes com esta. Este é o romance de estreia de Warren Ellis (o da BD e não o Bad Seed), e foi um divertimento delicioso seguir o caminho de depravação que as suas personagens principais seguem.

Michael McGill é um detective privado que tem o poder de atrair os casos mais estranhos e escabrosos que existem à face da terra (shit magnet é o termo). O trabalho que lhe é oferecido pelo chief of staff viciado em heroina no início do livro é encontrar a Outra Constituição dos EUA, teoricamente escrita à mão pelos Founding Fathers, encadernada com a pele do extraterrestre que andou a sodomizar o Benjamin Franklyn durante 6 noites em Paris, e que anda em parte incerta desde os anos 50. No início da sua investigação (numa sala de cinema dedicada ao Godzilla bubbake) Michael conhece Trix - uma pós-adolescente com uma libido insaciável - e juntos partem numa odisseia de costa a costa à procura do livro, em episódios uns mais estranhos que os outros (que incluem: clubes dedicados a injecções de agua do mar nos órgãos sexuais, butt plugs com a figura do menino jesus, sexo tântrico entre avestruzes).

A coisa faz muito pouco sentido mas está escrita com a habitual dose de diálogos brilhantes e situações de humor chocante que quem lê Ellis em BD estará habituado. A mistura do policial negro clássico com o estilo road movie e com a investigação que o autor faz sobre todas as depravações encontradas na internet também funciona muito bem. Devorei o livro em 2 dias e diverti-me como uma avestruz.

09 janeiro, 2009

Something for the Weekend XX

Com a falta de novidades de artistas conhecidos que este período pós-natalício tem marcado, a blogocoisa da especialidade anda toda virada para fazer listas de possíveis revelações de 2009 (como se não bastassem as listas do melhor do ano). Se a ensaboadela que levei toda a semana fôr realmente significativa do melhor deste ano (e sinceramente duvido) então vamos ficar cheios de Electro-Pop manhoso com cheiro a 80's esturricados (enfim, conheço muito boa gente que goste). Mesmo assim consegui encontrar algumas coisas que achei curiosas, e claramente a confirmar na presença de um advogado e de um disco completo.


Sky Larkin - Beeline

Originários de Leeds (Inglaterra), os Sky Larkin são um trio de rock com uma vocalista feminina que aparenta alguma capacidade. Companheiros dos Los Campesinos! na Wichita, já têm um single cá fora (Fossil I) e o álbum de estreia (The Golden Spike) chega a 9 de Fevereiro. A mim fez-me lembrar um pouco a Tanya Donnely do período Belly, mas no myspace da banda também há um tema mais para o bjorkiano, o que parece apontar para alguma versatilidade.


Florence and the Machine - Dog Days are Over

Seguindo um post do muito recomendável my mother's sleeping pills, descobri esta Inglesa. E apesar de algum anti-hype (não muito diferente das minhas linhas introdutórias), confesso que não resisto a este tema. Não desistam pelo principio meio tradicionalista. Lá para a metade a coisa ganha outra dimensão.


Fever Ray - If I Had a Heart

Karin Dreijer Andersson, a metade feminina dos Suecos The Knife, tem este novo projecto a solo muito enigmático e que me deixou com muita vontade de descobrir o disco de estreia que vê a luz do dia a 24 de Março. A música é pouco mais do que uns sussurros em cima de um loop, mas juntando as imagens deste vídeo extremamente negro e hipnótico, a coisa torna-se brilhante, pelo menos para pessoas deturpadas como eu que têm a mania que gostam de David Lynch e outros tipos tresloucados.

07 janeiro, 2009

Livro : The White Tiger (Aravind Adiga)

Posso não ter lido nenhum dos restantes candidatos ao Booker deste ano, mas este sem dúvida que é merecedor do prémio. Um retrato muito escuro (e provavelmente realista) da Índia actual, cheio de escravatura com outros nomes, corrupção e maldade, a acompanhar a curva ascendente de um jovem com mais "espírito empreendedor" do que a maioria. Acima de tudo, a narrativa na primeira pessoa, em confissão demonstrativa numa carta escrita ao dirigente da China, funciona na perfeição e torna o livro completamente obcecante. Publicação em Português para breve.

04 janeiro, 2009

Hamas Desgraças No Horizonte ?

Quantas criancinhas palestinianas teremos ainda de sacrificar para apaziguar a fúria dos Deuses da Bola?

03 janeiro, 2009

Something for the Weekend XIX

Esta semana dedico-me a comentar as novidades previstas para os dois primeiros meses deste novo ano pelas quais anseio mais, e isto para além dos novos discos dos Beirut e do Antony, dos quais por aqui já falei.


Franz Ferdinand - Ulysses

Tonight : Franz Ferdinand (26/01) - Depois de um 2º álbum que me desiludiu um pouco, quero muito ouvir este para confirmar se têm pernas para andar. Esta primeira amostra não entrou à primeira, o que normalmente é bom sinal...


A Camp - Stronger Than Jesus

Colonia (02/02) - O primeiro e belíssimo álbum deste projecto paralelo da Nina Persson dos Cardigans, foi produzido pelo grande Mark Linkous (Sparklehorse) e notava-se. Este novo disco chega 8 anos depois e confesso que este primeiro tema não correspondeu totalmente às minhas expectativas, mas merece o beneficio da dúvida...


...And You Will Know Us by the Trail of Dead - Relative Ways

The Century of Self (17/02) - Apesar de considerar Source Tags & Codes (de onde foi extraído o tema acima) um dos melhores discos de rock dos '00s, a produção posterior destes rapazes do Texas tem andado numa curva ligeiramente descente. A ver vamos se com este voltam ao topo da forma.

02 janeiro, 2009

Parem As Rotativas!

Doze anos depois de o escândalo do "Caso Paula" ter rebentado, o Contracultura tem o prazer de publicar, em exclusivo, a prova fotográfica inequívoca de que Secretário esteve mesmo no centro de toda a acção no Hotel Atlantic Garden.