29 novembro, 2008

Something for the Weekend XV

Apesar da avaria no computador de que o Ervi fala abaixo, vivo numa casa muito ligada onde existem pelo menos 3 computadores, 3 consolas de jogos e 4 telemóveis (um deles com acesso à internet). Por isso, apesar da impossibilidade de jogar ou sincronizar o meu iPod, ou mesmo procurar por música nova, não é suficiente para me calarem esta semana (apesar do modo "revisão")!


Portishead - Magic Doors

Terceiro single do 3º album e novamente temos direito a 12" etched para juntar à colecção. Esta foi a primeira faixa do disco pela qual me apaixonei (acho a batida brilhante e muito original) e é provavelmente a mais acessível ou, pelo menos, mais próxima do som que a banda nos tinha deixado antes dos 10 anos em off.


Radiohead - Weird Fishes

Os Radiohead também não param de lançar videos do último disco (para mal de certas pessoas). Este foi o vencedor de mais um concurso e também me pareceu muito bonito e estranho.


The Wombats - Is This Christmas?

Num registo mais apropriado à época, deixo-vos este single de Natal dos britânicos Wombats. Muito longe de Let's Dance to Joy Division, não deixa de ser simpático de uma forma bastante nerdy...

Pendurados

Diz que sim, que o PC do Bruno está fornicado de todo e não tem salvação. Como tal prevejo que ele vos deixe pendurados relativamente às habituais sugestões musicais vaudevilianas de fim-de-semana. Assim sendo, vão ter de levar com as minhas:


Jace Everett - Bad Things


Eric Cartman - Come Sail Away


LeAnn Rimes - Nothin Better To Do

23 novembro, 2008

Something for the Weekend XIV

Esta semana aproveito o facto de ter um desafio para responder para fugir ao facto de não ter encontrado qualquer vídeo novo para vos recomendar. Ou ando a procurar no sítio errado, ou isto anda mesmo muito parado.

A culpa não é certamente da Maria dos Devaneios que me lançou este desafio que até tem a sua graça.

1. Colocar uma fotografia individual nossa.


Como isto é suposto ser uma posta sobre música, têm-me aqui a tentar vender discos em nome da Ó Fialho! algures na Gare do Oriente...

2. Escolher uma banda / artista

Esta parte é que é muito difícil. Acho que vou subverter as regras e escolher vários... David Bowie, Nick Cave, PJ Harvey e Trent Reznor (ainda tentei com o Lou Reed, mas não estava fácil).

3. Responder às questões somente com títulos de canções da banda / artista escolhido.

És homem ou mulher?

Bowie: "Alladin Sane"
Cave: "Loverman"
Harvey: "Man-Size"
Reznor: "Big Man with a Gun"

Descreve-te

Bowie: "Rebel Never Gets Old"
Cave: "Thirsty Dog"
Harvey: "Meet Ze Monsta"
Reznor: "Me, I'm Not"

O que é que as pessoas pensam de ti?

Bowie: "God Only Knows"
Cave: "More News from Nowhere"
Harvey: "Who the Fuck?"
Reznor: "Another Version of the Truth"

Como descreves o teu último relacionamento?

Bowie: "Moonage Daydream"
Cave: "Still in Love"
Harvey: "Good Fortune"
Reznor: "The Only Time"

Descreve o estado actual da tua relação com a tua namorada ou pretendente

Bowie: "Golden Years"
Cave: "And No More Shall We Part"
Harvey: "A Place Called Home"
Reznor: "We're in this Together"

Onde querias estar agora?

Bowie: "Amsterdam" / "Fantastic Voyage"
Cave: "From Her to Eternity"
Harvey: "Down by the Water"
Reznor: "Adrift and at Peace"

O que pensas a respeito do amor?

Bowie: "Speed of Life"
Cave: "I Let Love In"
Harvey: "This is Love"
Reznor: "The Perfect Drug"

Como é a tua vida?

Bowie: "It's No Game"
Cave: "Wonderful Life"
Harvey: "Happy and Bleeding"
Reznor: "Happiness in Slavery"

O que pedirias se pudesses ter um só desejo?

Bowie: "Fill Your Heart"
Cave: "Lie Down Here (And be my Girl)"
Harvey: "Rub 'Til it Bleeds"
Reznor: "Closer"

Escreve uma frase sábia.

Bowie: "Hang on to Yourself"
Cave: "People Ain't no Good"
Harvey: "Oh My Lover"
Reznor: "Every Day is Exactly the Same"

Para não destoar totalmente das edições anteriores, deixo-vos dois vídeos (apesar de não serem novidades):



Esta cena da série Extras, ainda hoje me provoca pesadelos. Como devem compreender não é muito difícil eu encontrar semelhanças com o Ricky Gervais...


David Bowie - I'm Afraid of Americans

E este junta o primeiro e o último artistas da minha escolha.

17 novembro, 2008

Livros : Livrólicos Anónimos

Mais uma vez a falta de tempo não me deixa dar o destaque ideal aos livros que vou lendo e gostando. "Se este gajo não tem tempo, como é que consegue ler tanto livro?" poderão perguntar e com todo o direito. O facto é que aproveito todo e qualquer bocadinho de tempo que tenho para o fazer! Ele é pequeno almoço, casa de banho, etc. E se por acaso me encontrarem na rua, é capaz de não valer grandemente a pena chamarem por mim porque o mais provável é estar a andar, ler e ouvir música ao mesmo tempo! Digam lá se isto não muda o vosso conceito de alienado!

Numa tentativa de mudar um pouco a falta de tempo, estou a experimentar escrever estas linhas no meu telemóvel a bordo de um autocarro. Se a coisa correr bem, e não ficar sem saldo no cartão, é bem possível que passe a aumentar a frequência das postas. Vamos lá a ver.

Despachando esta introdução que já vai longa (se calhar as viagens de autocarro dão-me para a verborreia): seguem os livros recomendáveis que li entre as férias e aquele de que lhes falava há dias...

The Second Plane
Martin Amis

Este pequeno livro recolhe um conjunto de textos que o autor publicou um pouco por toda a imprensa Inglesa entre 2001 e 2007, e todos ligados directa ou indirectamente ao 11 de Setembro. Temos artigos de opinião, criticas, dois contos e o famoso artigo resultante do acompanhamento que fez à vida de Tony Blair nos seus últimos dias como primeiro ministro.

Como qualquer recolha deste tipo, existem textos que me dizem mais do que outros: o conto sobre os últimos dias de Muhammad Atta, a critica ao United 93 (provavelmente o texto mais emotivo do livro, em contraste claramente intencional com o tom do filme), e o referido sobre Blair foram para mim os pontos altos. Mesmo se alguns dos textos exigem um nível de conhecimento dos assuntos Árabes, nitidamente superior ao que a minha modesta cultura possui, o prazer que a escrita de Amis me proporciona leva-me a gostar até daquilo que não percebo.

The Weight of Numbers
Simon Ings

Deste autor já tinha lido dois livros (Hot Head de 1992 e Hotwire de 1995) que se inscreviam claramente no boom cyberpunk de finais de 80 inícios de 90. Guardo boas memórias de ambos (principalmente do primeiro), mas tenho a impressão que não transcendem o género em que se enquadram. Um excelente acolhimento critico (que também se verificou por cá quando da edição nacional) levou-me a ler este que se inscreve num campeonato completamente diferente.

Uma série de personagens perdidas ao longo do século XX servem de motivo para um retrato de época muito abrangente. Por aqui passam elementos tão dispares como o programa espacial dos EUA, a psiquiatria, o tráfego humano e acompanhamos alguns momentos históricos na pele das personagens que o vivem. Destes, o mais impressionante (e não apenas pela proximidade histórica ao nosso pais) é a descrição de Moçambique em plena guerra civil após a libertação do pais.

Sendo um pouco ambicioso demais para o seu próprio bem (a multitude de personagens e momentos deixou-me por vezes um pouco baralhado), está impecavelmente bem escrito e é muito original. Dada a sua complexidade estou a considerar seriamente uma segunda leitura.

Northline
Willy Vlautin

Tal como The Motel Life de que já vos tinha falado por aqui, este 2º livro de Vlautin também fala de pessoas com vidas extremamente infelizes. Neste caso a de Allison, uma rapariga jovem que sob a influência de um namorado abusivo e white trash de extrema direita, bebe regularmente até ao esquecimento. Pouco depois do início do livro decide começar uma nova vida num novo sítio e tentar alterar o seu sofrimento constante...

A escrita de Vlautin continua seca e bonita, e ainda temos direito a uma homenagem muito tocante ao recentemente falecido Paul Newman, que faz o ideal masculino da protagonista e com quem tem diálogos imaginários muito divertidos. Um hino à esperança e à persistência da raça humana que vem confirmar um excelente autor que só podia ser Americano.

I Play the Drums in a Band Called Okay
Toby Litt

Retrato de uma banda rock de médio gabarito chamada okay, e cujos membros usam doenças venéreas como nomes artísticos (Clap, Syph, Mono e Crab), é apresentada pelo autor como uma novela em histórias curtas, que percorre a totalidade (ou quase) da sua carreira. Apesar da previsibilidade do circo do rock & roll (drogas, alcool, groupies, divergências artísticas, etc.), consegue ser bastante humano e apresentar algumas preocupações que ocorrem aos restantes dos mortais e não se limitam aos deuses do rock.

Sendo do Toby Litt, só poderia estar muito bem escrito, mas ainda não é desta que ele faz um livro que eu ache verdadeiramente genial (aliás fica uns furos abaixo de algumas outras obras da sua autoria), mas se forem suckers por este tipo de história como eu, irão certamente dar o vosso tempo como bem gasto.

We Are Now Beginning Our Descent
James Meek

Autor de um dos meus livros favoritos de 2006 (The People's Act of Love saído em 2005), Meek é um jornalista premiado com artigos sobre Guantanamo Bay ou o Iraque. É precisamente inspirado nessa experiência que coloca no papel principal desta nova novela um jornalista de guerra, colocado no Afeganistão em Outubro de 2001. Divorciado e emocionalmente instável, é aí que conhece Astrid, também ela jornalista, e com quem enceta uma relação que o vai levar à volta do mundo.

Retrato muito fiel dos nossos tempos, coloca-nos perante um conjunto de questões morais de forma brutalmente eficaz (particularmente inesquecível é uma cena de jantar entre amigos em Londres), levando-nos a questionar até que ponto o mundo ocidental representa o bem. Não sendo tão devorável como o livro anterior, confirma Meek como um autor a seguir muito de perto.

Efeito Borboleta e outras Histórias
José Mário Silva

Coordenador da secção de livros do Expresso e colaborador permanente da revista Ler, José Mário Silva já nos tinha trazido em 2001 um livro de poemas intitulado Nuvens & Labirintos. Este Efeito Borboleta é uma recolha de pequenas narrativas (publicadas maioritariamente no suplemento DNA do Diário de Notícias), que juntam com sucesso o melhor da short story com um elevado poder poético.

Totalmente impossível de enclausurar em termos de estilo ou tema, o autor consegue com uma mestria de fazer inveja, pintar autênticos quadros a partir de meia dúzia de palavras. Também muito abrangente em termos de influências, é particularmente tocante a homenagem prestada a Raymond Carver em Quatro Pregos. Mais uma revelação nas letras Portuguesas a não perder...

Man in the Dark
Paul Auster

Como vem sendo hábito nos seus livros mais recentes, Auster escolhe mais uma vez um homem de alguma idade como protagonista, desta vez preso a uma cama na sequência de um acidente de viação que o obriga a estar imobilizado. Sofrendo de insónia e para passar o tempo, Brill conta-se a si próprio uma história em que os EUA estão em plena guerra civil.

Apesar de um pouco desequilibrado e de esta história paralela parecer um pouco inútil, a segunda parte do livro em que Brill revê traumas e felicidades do seu passado na presença da sua neta representa Auster no seu melhor e salva perfeitamente a obra. Pode ainda não ser o seu novo livro ambicioso porque espero desde The Book of Illusion, mas é um grande pequeno Auster.

14 novembro, 2008

Something for the Weekend XIII


Little Joy - Next Time Around

Os Little Joy são um novo projecto paralelo de Fabrizio Moretti (o baterista dos The Strokes), que nasceu num festival em Lisboa quando conheceu Rodrigo Amarante (da banda Brasileira Los Hermanos). O álbum homónimo já aí anda e, como podem ver pelo vídeo, é muito acústico e simpático. Curiosamente Moretti tem os Strokes tão enraizados, que até a cantar parece o Casablancas. Ou então é uma das mentes principais por trás da banda e não fica com os créditos de composição...


The Raconteurs - Old Enough

Consolers of the Lonely, segundo álbum deste projecto paralelo de Jack White (sim, o dos White Stripes), passou bastante despercebido quando da sua edição em Março passado. É um facto que não tem nenhuma daquelas faixas absolutamente viciantes que o Jack costuma conseguir (e como Steady as She Goes o single de estreia da banda), mas na sua totalidade é bastante superior ao primeiro. Talvez esta edição de um 2º single 6 meses depois venha a demonstrar isso mesmo.

09 novembro, 2008

Something for the Weekend XII


Ladyhawke - Paris is Burning

A grande notícia da semana é que, aquilo que por aqui foi referido como um concerto da Lykke Li, se transformou num pequeno "festival" de dois dias chamado Super Bock em Stock. Para além da referida Lykke Li, vamos ter esta Ladyhawke e ainda: El Perro Del Mar, Santogold, Zita Swoon, e os tugas Peixe : Avião e X-Wife (e isto são só as bandas que eu gostava de ver). Vai ser a 3 e 4 de Dezembro e os concertos vão acontecer em paralelo e a gravitar à volta da Av. da Liberdade (São Jorge, Tivoli, Maxime e Variedades).


The Dodos - Ashley

E parece que dois dias depois, a 6 de Dezembro também vamos ter estes senhores no Music Box. Digo parece, porque o concerto ainda não foi oficialmente anunciado por estas paragens, apesar de já estar no myspace da banda.


The Notwist - Gloomy Planets (Live)

Também gostava muito de ver estes ao vivo. E como as minhas "preces" por estas paragens se parecem ir realizando a pouco e pouco, vamos lá a ver se acontece. Ao verem este vídeo tenham calma porque, se a primeira parte vos parecer um pouco monótona, a segunda é absolutamente brilhante.

07 novembro, 2008

Separados à Nascença ?

Emplastro Dragão, Mirone Mentecapto


W., Retarded Stand-Up Comedian

05 novembro, 2008

Livro : Once Upon a Time in England (Helen Walsh)


Este segundo livro de Helen Walsh conta-nos a história de uma família atómica multi-racial (a mãe Malaia, o pai Irlandês cenoura, e os filhos uma bela mistura) ao longo de duas décadas (70 e 80). Neste intervalo de tempo há de tudo um pouco: nascimentos, dificuldades financeiras, traições, divórcios, crias na má vida, etc, mas consegue sempre fugir ao estereotipo e ao cliché. Começa e acaba com acasos de violência que alteram completamente a família e a sua forma de ver a vida. É sem dúvida um fiel retrato da época, mas em vez de se perder em nostalgia, tem mais tendência a fazer-nos agradecer que esse tempo tenha passado, mesmo apesar de os problemas que o livro retrata (principalmente o do racismo) ainda estarem longe de estar resolvidos nos nossos tempos.

Se no seu livro anterior (Brass de 2004) a atitude "Sex and Drugs and Technohouse" a apresentava como uma versão feminina do Irvine Welsh, com este livro a autora livra-se totalmente desse estigma. Tal como Robbie diz a meio do livro ao seu filho Vincent ("Write what you know. That way it will ring true."), Walsh escreve sobre o que conhece. Ela mesmo é filha de um casal com as mesmas caracteristicas que o do livro, e nota-se que a grande carga emocional do livro vem do seu mais intimo, resultando personagens verdadeiramente credíveis com que se consegue criar uma grande empatia. Quanto à prosa, sendo esparsa em enfeites, é extremamente eficaz e atinge momentos de uma esmagadora beleza.

Um Grande livro triste como já não lia há muito tempo...

Isto É Para Homens De Barba Rija

Não é para italianófilos abichanados de pila pequena

Era para ganhar só este! E não o outro no Domingo!




04 novembro, 2008

Glock

A solução ideal para teóricos da conspiração, maus perdedores e caramelos com azia generalizada.

03 novembro, 2008

Fumo Branco

Annuntio vobis gaudium magnum
Habemus Papam: Lewis Hamiltonum
(campione del mondo di formula 1)

01 novembro, 2008

Something for the Weekend XI

Mais uma semana sem grande coisa para mostrar, parece que depois da silly season de Verão, já começa a happy season do Natal, com carradas de compilações e muito pouca coisa de jeito. Olhando para a lista de lançamentos do Metacritic, o próximo disco que quero ouvir só saí a 20 de Janeiro. Vejo-me assim obrigado a lançar um dos trunfos que tinha guardado para este efeito: um especial "Concert à emporter". Esta série, lançada pela Blogotheque em 2006, consiste em gravar sessões acústicas colocando os músicos a tocar em circunstâncias fora do vulgar (como os Arcade Fire num elevador, ou o Sufjan Stevens num telhado). A ideia tem sido copiada por essa internet fora, e ao olhar para a lista de sessões e apesar do curto espaço de tempo decorrido, já se tem a impressão de se estar a ver um pedaço de história...


Bloc Party - This Modern Love

Na semana em que os Bloc Party lançaram o seu terceiro álbum (Intimacy), os rapazes da Blogotheque conseguiram apanhar o Kele Okerere à saída de um bar Parisiense e convenceram-no a fazer esta belíssima versão deste tema do 1º álbum (um dos meus favoritos). Quanto ao novo disco, é melhor que o anterior (A Weekend In The City), mas não apanha o Silent Alarm. É no entanto de notar a vontade de progredir da banda pela junção de mais elementos electrónicos.


Beirut - Nantes

Depois de cancelar uma tournée inteira (que passava por Lisboa) por motivos de cansaço, Zach Condon anunciou esta semana que vai lançar um conjunto de dois EPs em Fevereiro do próximo ano, um sob a designação de Beirut (March of the Zapotec) e outro como Realpeople (Holland). Um grande suspiro de alívio e o reavivar da vontade de o ver ao vivo...


Arcade Fire - Neon Bible & Wake Up

Destes senhores não tenho notícias depois de ter sido anunciado que alguns deles estavam a trabalhar na banda sonora do novo filme de Richard Kelly (Donnie Darko) intitulado The Box. A estreia está marcada para Março do próximo ano. É muito raro as bandas sonoras estarem ao nível do melhor dos seus compositores, mas sempre é melhor do que nada...