30 janeiro, 2007
BD : Daredevil em Sintra
Foi com imenso prazer e surpresa que vi esta recente passagem do Matt Murdock por Sintra no Nº 90 do comic mensal (cliquem na imagem para ler o texto).
Aproveito esta oportunidade para recomendar vivamente a integralidade desta actual série do Daredevil (ou por nossas terras o Demolidor) que começou em 1998 sob o imprint Marvel Knights e que está muito próximo de celebrar o centésimo número. Por cá já passaram Kevin Smith (sim o famoso Silent Bob), David Mack, Brian Michael Bendis (com um ciclo ao nível do melhor de sempre - o do Frank Miller), e o título está agora nas mãos mais que competentes de Ed Brubaker (com arte do Michael Lark) e a coisa está a correr muito bem. Pessoalmente é capaz de ser a série mainstream contínua mais consistente dos tempos actuais, dado não ter tido um único filler ou story arc sem interesse, nem ter sido interrompida por nenhum cross-over.
04 janeiro, 2007
Discos : Esquecidos em 2006
Penso que é a primeira vez que me vêm a recomendar um disco de Rap. Não tenho nada de especial contra o género, mas acho-o tendencialmente demasiado formulaico, repetitivo e maioritariamente feito por pessoas com nível cultural (no mínimo) duvidoso (não me vão dizer que o 50 Cent é um dos tipos mais inteligentes à face da terra, pois não?). Como em tudo, existem excepções, e estes Subtle, que são um spin-off dos Themselves, e que já tinham feito uma colaboração extraordinária com os Notwist sob a designação de 13 & God, são uma delas. Se é um facto que vocalmente a coisa só pode mesmo ser classificada como Rap, a voz anasalada e aguda de Doseone é muito fora de vulgar (para não lhe chamar mesmo estranha) e em termos musicais tocam instrumentos a sério e vão a todos os lados. Resultado: um dos discos mais inovativos e complexos do ano, em que é clara a intenção de pesquisa de novos caminhos para a música, mas com o óbvio sacrifício do nível de acessibilidade (apenas uma faixa - The Mercury Craze - tem uma estrutura aproximativamente normal). ( 4 / 5 )
Este é um disco de estreia de uma Australiana radicada em Berlim, e segue na linha de convergência do pop/rock com o folk e a electrónica. Não sendo um disco excepcional, e apesar de se notar tendência para se levar a sério de mais, demonstra muito talento, e a Justine tem uma daquelas vozes que vicia, algures entre a Aimee Mann, a Liz Phair de início de carreira e as manas Casady normalmente conhecidas como CocoRosie. A produção simples e orgânica também lhe assenta muito bem. Portanto, um disquinho curioso sem nada de muito revolucionário, mas o facto é que se recusa a sair da playlist de novidades do meu iPod... ( 3,5 / 5 )Casiotone for the Painfully Alone - Etiquette
Estes Casiotone, são um daqueles projectos de uma pessoa só, neste caso um tal de Owen Ashworth, que se dedica a "dizer" os seus poemas de forma melancólica e lenta sobre música quase exclusivamente criada com instrumentos a pilhas (aqueles orgãos electrónicos que toda a gente queria ter quando eu era miúdo). Para este Etiquette, o autor decidiu quebrar um pouco o molde e incluir alguns instrumentos acústicos e os vocais de alguns amigos. Resultado: um verdadeiro paraíso de lo-fi em que conseguimos imaginar com toda a facilidade Owen (e companhia) com ar deprimido num apartamento cinzento e desarrumado em dia de chuva a fazer passar o tempo, com os seus dedos a tresandar a nicotina a carregar nas pequeninas teclas do brinquedo. Mais um disco que apesar de já ter saído em Março, não sai da minha playlist de novidades. ( 4 / 5 )