11 dezembro, 2006
Disco : Acoustic Ladyland - Skinny Grin
Numa altura em que toda a gente está a fechar as listas do melhor do ano, em que os escaparates estão mais virados para a colectânea para vender, do que nos albuns originais, apareceu este disquito para obrigar a malta mais atenta a alterar a lista. Depois do Cabaret Punk dos Dresden Dolls e do Gipsy Punk dos Gogol Bordello, vejo-me agora completamente viciado nestes tipos que praticam uma música que só pode ser classificada de Jazz Punk. Os mais incautos poderão pensar que eu sou um viciado em Punk à procura de todas as possíveis permutações do género, mas na realidade eu sou é fanatico das ditas permutações, ou seja, cada vez gosto menos dos "estilos" puros, e mais dos resultados obtidos com a mistura dos sons de maior disparidade possível. O facto de todos terem o punk à mistura, não é mais que uma pura coincidência.
Atacando então o motivo deste texto, e apesar de este já ser o terceiro disco da banda (o 2º - Last Chance Disco - também é imensamente recomendável), a informação que pude encontrar é muito reduzida, e a misteriosa (para não usar um adjectivo feio) página oficial não ajuda nada. Sei que o baterista também é membro dos Polar Bear e pelo sotaque dos vocais diria que são Ingleses, mas também pouco importa, porque a lingua que falam é a da música, e soam a algo que garantidamente nunca ouviram antes: post-punk (por vezes quase heavy metal) tocado com saxofone como instrumento principal, em vez da habitual guitarra. É logico que não poderão deixar de ter referências, afinal nenhum músico trabalha no vacuo, e por aqui se houvem traços de Coltrane e Morphine nas faixas mais calmas (que não são muitas).
O resultado é altamente motivante e entusiasmante, apesar de por vezes de difícil digestão (i.e. - não é propriamente easy listening), e deve ser ouvido por toda a gente que gosta que a sua música soe diferente. Felizmente ainda não publiquei (nem fiz) a minha lista de melhor do ano, porque se o tivesse feito, teria necessariamente de a alterar para incluir mais este, lá para os lugares cimeiros. ( 4,5 / 5 )
06 dezembro, 2006
BD : Pride of Baghdad
Baseado numa história real sobre um grupo de leões que escapou do zoo de Baghdad durante os bombardeamentos Americanos de recente e triste memória, este Pride of Baghdad é uma fábula / parabula em que os animais falam uns com os outros na melhor tradição de La Fontaine. Escrito pelo grande Brian K. Vaughan (Y: The Last Man, Ex Machina, etc.) e ilustrado por um brilhante quase-estreante Niko Henrichon, foi editado há uns dois meses em formato de hardcover pela Vertigo (o imprint adulto da DC de que sou quase religiosamente fanático).
A história é triste e de uma simplicidade extrema, mas essa simplicidade só amplia o seu impacto. O desenho de Henrichon é de uma beleza fora do vulgar e assenta na história como uma pluma. A única coisa de negativo que tenho a dizer é que é curto. As personagens estão tão bem pensadas e caracterizadas que gostaria de passar mais algum tempo com elas...
Esta é simplesmente a melhor BD que li este ano, e recomendo-a a toda a gente. Esperemos que alguém por estas paragens faça uma edição como deve de ser...
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