Não é meu habito falar por aqui das "séries da moda". Confesso ter seguido duas séries religiosamente nos últimos tempos (6 ft under e 24), mas em relação às restantes, tenho tendência a perder o interesse ao fim de pouco tempo... No entanto esta Heroes parece-me diferente, e tem culto escrito por todo o lado...
A premissa é muito simples: um conjunto de pessoas normais e afastadas geograficamente começa a ganhar poderes extraordinários sem se saber porquê, ficando claro muito cedo que o objectivo destes poderes é salvar o mundo. Nada de particularmente original por aqui, argumento de BD de super-heróis no seu mais básico, no entanto com o desenrolar da série a coisa ganha tematicas bastante mais adultas, com sexo e violência a pontuarem, e nitidamente a fugir um pouco à template... As personagens são bastante interessantes: uma cheerleader à prova de tudo, um estudante japonês capaz de manipular o plano espaço temporal, um politico capaz de voar, um pintor que vê o futuro quando se droga e que o passa para a tela, um polícia capaz de ler pensamentos, uma mãe de família com uma versão má atrás do espelho (que por vezes assume o controlo), e o mais curioso é que nem todas são moralmente correctas...
E depois tem um "não sei quê" que me parece faltar a todos os filmes de super-heróis que vi até hoje (e atenção que eu gosto de livros de super-heróis) e que é aquele pózinho que nos deixa maravilhados quando algo de inesperado acontece. Ao 6º episodio a coisa está muito misteriosa, e é com algum sufrimento que aguardo os novos capitulos... Tenho a perfeita convicção que a qualquer momento a coisa pode descarilar e deixar de ter qualquer espécie de nexo, mas até lá a viagem está a valer a pena...
05 novembro, 2006
02 novembro, 2006
Disco : Metric - Live It Out
Pois é, acho que é a primeira vez que me vêm a recomendar um disco, sobre o qual a Pitchfork disse mal (4.2 em 10). Como devem compreender, isto é extremamente limitativo para mim, uma vez que não poderei limitar-me a traduzir / adaptar a critica deles para por aqui, como é meu hábito... Agradeço por isso que façam o esforço adicional necessário para perceberem o que raio tenho a dizer sobre o disquinho.
Estes Metric são produto das mentes de Emily Haines e James Shaw, Canadianos e membros dos Broken Social Scene (também gostava de saber que músico Canadiano nunca pertenceu a este colectivo). Este Live It Out é o segundo album de originais e, apesar de ter saído no seu país de origem há mais de um ano, só foi lançado na Europa em Julho do corrente. Chego portanto um pouco atrasado à recomendação, mas como dizia o profeta proveta: Mais vale tarde do que cedo... Também me parece perfeitamente justificável o atraso, dado este ser daqueles discos que passam totalmente despercebidos e que eu só decidi procurar por ter gostado do video do excelentississimo Monster Hospital quando passou na MTV2.
Deixando de parte a filosofia e pegando o touro pelos cornos, devo dizer que concordo até certo ponto com a Pitchfork, porque de facto não consigo identificar o que o disco tem de especial. Eu diria que é daqueles discos que, apesar de esteticamente próximo dos "independentes", consegue ter um toque algo comercial que o poderia tornar um sucesso (se alguém quisesse apostar na sua promoção), mas que por outro lado sacrifica qualquer possibilidade de ser bem visto pelos media da Intelligentia (como comprova a critica da Pitchfork). O som é basicamente rock com residuos de pop, a fazer lembrar algumas das minhas bandas favoritas do início dos anos 90 (leia-se Throwing Muses, Belly, etc.). Aliás, faz-me lembrar particularmente o The Real Ramona dos Throwing Muses no equilibrio que este apresentava entre as melodias pop da Tanya Donnelly e os riffs agressivos da Kristin Hersh.
Tendo algo de inovador ou não, o facto é que é o disco que mais tenho ouvido durante esta 2ª metade do ano, continuando a ter indubitável prazer a cada nova audição... Por esse motivo não posso deixar de recomendar a vossa descoberta, e esperar que um dia venham a fazer um disco verdadeiramente enorme. ( 4 / 5 )
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