Esta é a estreia na realização do meu adorado Dave McKean! Ilustrador e banda desenhista (Cages, Signal 2 Noise, Mr. Punch, etc., etc.), é um dos artistas mais originais e inovadores que conheço, que por acaso passa grande parte do tempo a colaborar com um dos meus escritores favoritos: Neil Gaiman.
Foi precisamente Gaiman que assinou o argumento deste filme, em que uma rapariga adolescente, filha de artistas de circo, que se encontra em dificuldades (a mãe vai ser operada a uma doença grave não descriminada), se vê transportada para um mundo de sonho algo obscuro.
O filme foi produzido pela Jim Henson Company (alias o convite a Gaiman e McKean partiu deles), e sofre do problema dos dois filmes de fantasia anteriores da companhia (Dark Crystal e Labyrinth): apesar de visualmente deslumbrantes, o argumento nunca foi particularmente bem conseguido.
No entanto Mirrormask consegue ter um carisma poético que vai muito bem com os visuais alucinantes de McKean (que estão muito, mas muito à frente de tudo o que vi até hoje) e que o torna muito potável. Não sabendo se alguma vez estreará nas nossas salas cometi o pecado de o ver em DVD, o que honestamente não faz justiça ao filme. Este é mesmo para deslumbrar numa sala de cinema... (3,5 / 5)
27 fevereiro, 2006
16 fevereiro, 2006
Site : Pandora
Este site foi-me recomendado pelo meu amigo CG, a quem por sua vez foi recomendado pelo Nuno Markl numa das suas emissões de rádio. Não é que tenha em grande conta o referido Markl (muito menos no plano tecnológico), mas pela descrição que o CG fez pareceu-me que a coisa poderia de facto ser interessante...
Criado pelo Music Genome Project, Pandora é essencialmente uma estação de rádio personalizável e sem lucoção... O utilizador indica um artista ou grupo de que goste, e o Pandora passa músicas que são semelhantes, de acordo com uma série de atributos a que chamam "genes". Estes atributos incidem sobre a melodia, a armonia, o ritmo, os instrumentos, etc. A coisa, apesar de não tão inovadora como poderá parecer (o Launch já oferece um serviço identico à alguns anos), funciona bastante bem, a qualidade sonora é muito boa (para streaming), tem uma base de dados muito grande (com o meu gosto "esquisito" só não reconheceu um grupo - os Dionysos) e tem a grande vantagem de funcionar num browser normal, sem recorrer a Reals, nem Media Players, nem Quicktimes e permitindo assim ouvir a nossa música em qualquer PC com internet.
Como é lógico para utilizar o serviço gratuitamente temos que levar com um sidebar de publicidade, mas não incomoda muito, também existindo a possibilidade de eliminar esta publicidade pelo pagamento de um valor trimestral ou anual. O registo, mesmo para a opção gratuita, é recomendado porque assim guarda as "estações" anteriormente criadas (com o máximo de 100 por utilizador) e permite acrescentar outros artistas a uma estação já existente por forma a variar um pouco mais o estilo da emissão.
Resumindo, uma excelente opção para quem queira andar à procura de música nova para ouvir...
Criado pelo Music Genome Project, Pandora é essencialmente uma estação de rádio personalizável e sem lucoção... O utilizador indica um artista ou grupo de que goste, e o Pandora passa músicas que são semelhantes, de acordo com uma série de atributos a que chamam "genes". Estes atributos incidem sobre a melodia, a armonia, o ritmo, os instrumentos, etc. A coisa, apesar de não tão inovadora como poderá parecer (o Launch já oferece um serviço identico à alguns anos), funciona bastante bem, a qualidade sonora é muito boa (para streaming), tem uma base de dados muito grande (com o meu gosto "esquisito" só não reconheceu um grupo - os Dionysos) e tem a grande vantagem de funcionar num browser normal, sem recorrer a Reals, nem Media Players, nem Quicktimes e permitindo assim ouvir a nossa música em qualquer PC com internet.
Como é lógico para utilizar o serviço gratuitamente temos que levar com um sidebar de publicidade, mas não incomoda muito, também existindo a possibilidade de eliminar esta publicidade pelo pagamento de um valor trimestral ou anual. O registo, mesmo para a opção gratuita, é recomendado porque assim guarda as "estações" anteriormente criadas (com o máximo de 100 por utilizador) e permite acrescentar outros artistas a uma estação já existente por forma a variar um pouco mais o estilo da emissão.
Resumindo, uma excelente opção para quem queira andar à procura de música nova para ouvir...
BD : Le Petit Bleu de la Côte Ouest
Tardi é um daqueles clássicos modernos da BD Franco-Belga de quem nunca perco um àlbum. Tendo iniciado a sua carreira com as Extraordinárias Aventuras de Adéle Blanc-Sec, continua a lançar em média um livro por ano, com predilecção por adaptações de autores franceses: Leo Malet (Nestor Burma) e Jean Vautrin (Le Cri du Peuple) já foram adaptados, e agora retorna a Jean-Patrick Manchette (com quem chegou a colaborar em Griffu), autor de 11 policiais negros com interesses sociais e politicos, entre os quais este Petit Bleu...
Georges Gerfaut é um quadro médio numa empresa qualquer, casado e pai de duas filhas (não sei quem me faz lembrar ;-) que indo de férias com a familia para uma praia indiscrimidada é sujeito a uma tentativa de assassinato por afogamento, sem que conheça nenhuma razão para tal. Seguem-se uma série de peripécias, pelas quais Georges passa com uma quase constante falta de interesse pela sua vida e respectiva preservação.
Mais uma vez Tardi não desilude, a história e suas personagens estão muito bem caçadas, o traço a preto e branco é impecável como sempre (suspeito que seja um gosto adquirido) e por estes motivos não posso deixar de vos recomendar este livro. Note-se que grande parte da obra recente do autor não está editada no nosso país, provavelmente devido ao insucesso comercial de algumas tentativas, pelo que não será de esperar que este seja excepção...
Georges Gerfaut é um quadro médio numa empresa qualquer, casado e pai de duas filhas (não sei quem me faz lembrar ;-) que indo de férias com a familia para uma praia indiscrimidada é sujeito a uma tentativa de assassinato por afogamento, sem que conheça nenhuma razão para tal. Seguem-se uma série de peripécias, pelas quais Georges passa com uma quase constante falta de interesse pela sua vida e respectiva preservação.
Mais uma vez Tardi não desilude, a história e suas personagens estão muito bem caçadas, o traço a preto e branco é impecável como sempre (suspeito que seja um gosto adquirido) e por estes motivos não posso deixar de vos recomendar este livro. Note-se que grande parte da obra recente do autor não está editada no nosso país, provavelmente devido ao insucesso comercial de algumas tentativas, pelo que não será de esperar que este seja excepção...
10 fevereiro, 2006
Filme : Nothing (Nada)
Para não variar, hoje trago-vos mais um filme esquisito, com a particularidade de ter obrigação de ser um pouco mais conhecido por estas bandas, dado ter sido Grande Prémio no Fantas 2005 e estar editado em DVD por cá!
Realizado por Vincenzo Natali em 2003 (o mesmo de Cubo e Cypher), conta-nos a história de dois amigos de infância tornados loosers pelas circunstâncias da vida: Andrew que após vários traumas ao longo da vida sofre de agorafobia, e Dave que para não deixar de ajudar o amigo, vive com ele. Certo dia (os primeiros 10-15 minutos do filme) a vida deles complica-se (Dave perde o emprego e é deixado pela namorada, e Andrew é falsamente acusado de "pedofilia" por uma criança mimada) e deparam-se com a policia, uma equipa de demolição e uma catrefada de jornalistas à porta. Num acesso de pânico desejam ambos que o mundo que os persegue desapareça, o que acontece... Da vez seguinte que abrem a porta, a única coisa que existe para além da sua casa é o nada, branco e infinito e a parecer um trampolim...
No seu âmago, este Nothing é um buddy movie um bocadinho à maneira dos irmãos Farrely, mas com uma camada de fantástico em cima. É, acima de tudo, um exemplo de como se pode fazer cinema de forma digital, com muito pouco dinheiro, muita imaginação e dois actores bem dirigidos. Natali confirma-se como um dos realizadores mais originais dos últimos tempos, e demonstra uma capacidade de montagem como não via há algum tempo.
A capa da edição nacional (aqui mesmo ao lado) da LNKaka (como é frequentemente intitulada nos forúns da DVDMania), é um achado de marketing (na realidade eles são uns visionários incompreendidos ;-), em que nos fazem querer que estamos perante um filme de terror (quando na realidade é uma comédia)... de extras temos perto de 0 (como seria de esperar) e temos muita sorte em ter som 5.1, porque 2.0 é perfeitamente suficiente para os grunhos dos Portugueses... Ou seja, ou alugam, ou esperam que fique abaixo dos 10 euros (que com a tendência do mercado deve acontecer antes das férias grandes), mas não deixem de ver o filme. ( 4 / 5 )
08 fevereiro, 2006
O Desafio
O meu amigo Xá-das-5 desafiou-me para uma "corrente" entre blogueiros em que temos de escrever sobre cinco traços da nossa personalidade e passar a outros cinco blogs... Apesar da auto-análise não ser o meu forte, aqui vão:
1 - A minha rotina matinal é algo estranha e demora um total de 2 horas:
- assim que me levanto passo 30 minutos na net a ver o mail e a basicamente acordar;
- 30 minutos a tomar banho;
- 30 minutos a tomar o pequeno almoço;
- 30 minutos na retrete (sou muito regular);
As duas últimas actividades são feitas em processamento paralelo com a leitura, pelo que já estão a perceber como é que consigo ler tanta coisa.
Para conseguir fazer esta cena toda, tenho que acordar todos os dias às 06:30, mas pelo menos estou a combater o stress...
2 - Apesar de ter carta de condução à quase 20 anos e de ter carro no meu agregado familiar, nunca conduzo... Eu até gosto da cena de manipular o carro e meter mudanças e tal, mas o facto de não controlar e dificilmente prevêr o que os outros condutores vão fazer, deixa-me numa tensão insuportável. Quem já me viu a conduzir diz que passo o tempo todo a suspirar, o que é sintomático da infelicidade que sinto...
3 - Confesso algum preconceito em relação a coisas comuns ou comercias, mas tento sempre respeitar os gostos dos outros, apesar de às vezes não o conseguir (nomeadamente é impossível esconder o asco que tenho pela Celine Dijon e outras divas galináceas do mesmo campeonato)... Por causa deste preconceito, tenho um bocado a mania de que sou um tipo de bom gosto, com ideias muito originais e um bocadinho louco, apesar de na realidade ser perfeitamente normal (segundo me dizem), e isto apesar dos problemas psicológicos que todos temos (também há quem os considere graves, mas não vamos entrar por aí).
4 - Tenho muito pouca força de vontade! Quer seja para fazer dieta, exercício físico ou deixar de fumar, todas as minhas tentativas saiem frustradas. Basicamente acredito que o estado natural do ser humano é sentado no sofá (a fumar), apesar de também achar que existem algumas coisas pelas quais vale a pena mudar de posição de vez em quando ;-)
5 - Quando era miúdo (leia-se quando vivia em casa dos meus pais) tinha a mania de tirar burriés do nariz e colá-los na parte inferior do beliche onde dormia (como o único irmão que tive foi um cão, a parte de baixo era a secretária para o computador e toda a lixeirada que eu acumula-se). Infelizmente fui descoberto por alguns dos meus amigos, que também não acharam muito estranho dado alguns dos seus habitos (como coleccionar as unhas cortadas e coisas do estilo), e eles ainda hoje andam a passar a mão pelos móveis da minha casa a ver se descobrem o meu esconderijo actual... Penso que terei sido influenciado pelo "O que diz Molero" de Dinis Machado que li numa altura formativa, mas juro que nunca os comi depois de secos ;-)
Como podem ver a fotografia não é lá muito bonita. Não vou poder passar isto a 5 blogueiros porque ando nisto há muito pouco tempo e tenho poucos amigos (e não admira), mas aqui vão dois:
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