31 julho, 2007

Livro : You Don't Love Me Yet (Jonathan Lethem)

Acompanho desde o início a carreira deste Jonathan Lethem, quando comprei por impulso o seu Gun With Occasional Music, uma mistura de ficção cientifica com policial negro que me marcou pela sua originalidade e humor. Original, é mesmo o adjectivo mais bem empregue para definir o seu trabalho: Amnesia Moon é uma road trip alucinada e dedicada a Philip K. Dick; As She Climbed Across the Table relata a história de amor entre uma física de partículas e um buraco negro; Girl in Landscape é um western adolescente num planeta árido e desinteressante; Motherless Brooklyn (o meu preferido) é um policial Chandleriano com um protagonista que sofre de síndrome de Tourette. Infelizmente, após este início fulgurante, Lethem ganhou em ambição e perdeu algum fôlego, o livro seguinte The Fortress of Solitude, que acompanha a vida de dois amigos, um branco e outro negro que se tornam super-heróis, deixou-me consideravelmente desiludido. No entanto o autor tem a capacidade de tornar credível o mais irreal dos pressupostos, e mistura questões filosóficas e sociais nestas paisagens tão fantasistas e surreais.

Este You Don't Love Me Yet, é um retorno a trabalhos de menor extensão (e ambição), e é o trabalho mais realista do autor. Passado na Los Angeles actual, acompanhamos uma viagem de descoberta própria de uma tal Lucinda, baixo de uma banda arty sem nome, que se vê em alguma confusão emocional ao separar-se pela n-ésima de Matt (o vocalista da banda) e se apaixona ao trabalhar num projecto de arte em que se faz o atendimento telefónico de queixosos (não interessa de quê).

Nada de particularmente inovador, mas muito bem escrito, com diálogos cheios de estilo e personagens interessantes. Estando longe do melhor do autor, representa um passo no caminho de uma esperada retoma de forma, e é um livro leve e bem disposto, ideal para ler nas férias.

2 comentários:

Ervi Mendel disse...

Acho uma injustiça não tem deixarem comentários! Como tal vou ter de inventar um:

Estás a escrever muito melhor do que quando eras pequenino (coisa difícil de imaginar, tu pequenino!)

Tenho de facto o Amnesia Moon em capa dura, comprado em 1999, em Dupont Circle, no coração gay de Washington DC, por uns míseros $3.98. Escusado será dizer que nunca o li, mas vi os bonecos da capa com muita atenção.

Sempre tive medo do Kapa Dick pelo que as probabilidades de o ler decresceram exponencialmente.

Tive uma namorada chamada Lucinda que não era "muita" linda. O nosso amigo comum "R. o P." teve uma chamada Olinda, pelo que reconheço a derrota e felicito-o aqui mais uma vez publicamente por tal feito.

Tenho uma edição original dos Bealtes que em vez de uma "laminated sleeve" tem uma capa Matt.

Gosto muito do Arty Bunker

Apesar de poderem pensar o contrário nunca li o código de Avintes.

11h33m, tenho de me ir deitar

Ervilinda

Anónimo disse...

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